Paulo Kellerman vai escrever “Livro de parede” em edifícios de aldeia de Leiria
O escritor Paulo Kellerman, natural de Leiria, vai criar, a partir de sábado, um conto original que será escrito com a comunidade do Janardo e apresentado nas paredes daquela aldeia do concelho de Leiria para ser lido ao ar livre.
O projeto chama-se “Livro de parede” e consiste em envolver a população local daquela povoação da União das Freguesias de Marrazes e Barosa na elaboração de uma história e também na sua edição pública em paredes de edifícios públicos e privados.
“O ‘Livro de parede’ é uma ideia bastante simples que já tive alguns anos e que estava à espera da oportunidade e do parceiro certo para a tentar implementar”, explicou Paulo Kellerman.
Segundo o escritor, o primeiro passo vai decorrer sábado, numa sessão agendada para as 14:30 com pessoas do Janardo, na biblioteca local.
Kellerman desenvolverá depois, a partir daí, um texto em que, “de alguma forma, essa comunidade se identifique”.
A segunda fase será a publicação e aí reside a originalidade do projeto: “Em vez de publicar a história num livro, como seria normal, a ideia é usar as paredes da própria aldeia que forem disponibilizadas”.
Quando se concretizar, nascerá no Janardo “um livro vivo, a céu aberto, que permita circular pela aldeia e em que cada página é representada numa parede”.
Para ler o “Livro de parede” será necessário “seguir um trajeto para acompanhar a história ao longo das ruas”. Para auxiliar, está também prevista a criação de um pequeno mapa que identifica os sítios e a ordem de leitura do conto, “mas só para as pessoas que quiserem, porque também podem partir à descoberta”.
O autor nota que, “ao contrário de muita arte urbana que [se conhece] nas cidades”, que se revela frequentemente “imponente e que ocupa paredes imensas de forma muito vistosa”, no “Livro de parede” a expressão artística pública será “mais discreta”.
No arranque do projeto, no sábado, a comunidade do Janardo vai ser convidada a participar na estreia deste desafio lançado pelo escritor.