Alunos não carenciados deixam de ter ligação gratuita à internet
O Ministério da Educação decidiu que apenas os alunos beneficiários da ação social escolar, os que aprendem com manuais digitais e os que vão realizar este ano provas digitais terão direito a uma ligação gratuita à internet.
A decisão foi aprovada em agosto em Conselho de Ministros, que autorizou a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) a gastar até 31,5 milhões de euros com a aquisição de serviços de conectividade para o atual ano letivo.
A Lusa questionou o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) sobre o motivo que levou a tutela a decidir deixar de atribuir gratuitamente ‘routers’ aos docentes e aos alunos sem apoio social escolar, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
O Governo decidiu disponibilizar cerca de 31 milhões de euros em equipamentos para os alunos beneficiários da ação social escolar dos ensinos básico e secundário, alunos abrangidos pelo projeto-piloto "Manuais Digitais" e os que realizem provas em suporte digital, afirmou o gabinete de imprensa do MECI.
Na resolução de agosto, o Governo reconhece que é preciso assegurar o serviço de conectividade até que esteja concluído o processo de ampliação da rede de área local das escolas e por isso os 31 milhões servirão também para equipar “cada sala de aula com um dispositivo de conectividade”.
Quanto aos professores, a quem também vinha sendo atribuído um kit para também conseguirem trabalhar em casa, o MECI esclarece que “poderão sempre utilizar os cartões e hotspots que vão ser disponibilizados para as salas de aula”.
Para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, o ministério deveria reverter esta decisão, recordando que muitas escolas ainda não têm ligação à internet. A tutela assume estar neste momento a realizar um levantamento e análise dos computadores existentes no parque informático das Escolas.