Único edifício de interesse municipal de Oliveira do Bairro foi desclassificado e demolido
A Casa da Câmara e Cadeia Velha de Oliveira do Bairro foi o único edifício do concelho com classificação de “interesse municipal”, mas foi desclassificado, em 2006, e mandado demolir pelo executivo de então, esclareceu, ontem, a autarquia.
«Atualmente, não temos imóveis de património cultural classificado e o único que já tivemos com classificação de interesse municipal foi desclassificado e demolido. No local foi mandado colocar [em 2020] um memorial, pelo atual executivo», indicou fonte oficial da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro.
O processo de classificação de interesse municipal da Casa da Câmara e Cadeia Velha de Oliveira do Bairro tinha sido concretizado em 2005, durante o mandato de Acílio Gala (CDS/ PP), que liderou esta autarquia bairradina de 1989 a 2005.
No mandato seguinte, a Câmara de Oliveira do Bairro passou a ser liderada pelo social-democrata Mário Oliveira (presidente de 2005 a 2017), que promoveu a sua desclassificação, em 2006, e posterior demolição.
Portugal contava em 2022 com mais de 4.600 imóveis de património cultural classificado, espalhados por todo o território nacional, com exceção de cinco municípios, todos localizados na região Centro: Oliveira do Bairro, Vagos, Pampilhosa da Serra, Proença-a-Nova e Entroncamento.
Segundo o “Atlas Artístico e Cultural de Portugal”, quase 3.000 dos imóveis classificados são considerados de interesse público, havendo 867 de interesse municipal e 831 monumentos nacionais. De acordo com fonte oficial da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, atualmente está a ser feito o levantamento de vários edifícios e monumentos para, «havendo possibilidade, poder ser feito pedido de classificação».
«Não há grande património para podermos classificar, mas estamos à procura de oportunidades para valorizar o património existente», sustentou.
Segundo a mesma fonte, a falta de imóveis para classificar deve-se «ao tipo de construção na Bairrada, que é muito baseado no adobe».
«Normalmente não dura mais do que 100 anos e é preciso estar muito bem tratado. Mesmo as igrejas do concelho têm algumas paredes em adobe», concluiu.