Marine Le Pen nega alegado desvio de fundos da UE
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, insistiu hoje que não infringiu nenhuma regra antes do seu julgamento e de outros 24 membros da União Nacional (RN) por suspeitas de terem desviado fundos europeus.
Marine Le Pen, de 56 anos, e outros 24 membros do antigo partido Frente Nacional, posteriormente renomeada União Nacional, são acusados de terem desviado fundos públicos do Parlamento Europeu para pagar a assistentes parlamentares que trabalhavam total ou parcialmente para o partido entre 2004 e 2016.
O julgamento, de nove semanas, ocorre no momento em que um novo governo, dominado por centristas e conservadores, acaba de entrar em funções na sequência das eleições legislativas de julho.
A líder do RN indicou que tenciona comparecer perante os juízes sempre que possível, mas na terça-feira poderá dar prioridade à declaração de política geral feita pelo novo primeiro-ministro francês, Michel Barnier, na Assembleia Nacional.
Os arguidos podem ser condenados a uma pena máxima de dez anos de prisão e a uma multa de um milhão de euros, bem como a uma proibição de se candidatarem a eleições durante dez anos, o que poderá dificultar as ambições presidenciais de Marine Le Pen para 2027, em que planeia suceder Emmanuel Macron.
Marine Le Pen está a ser processada de duas formas, como eurodeputada e presidente do partido entre 2011 a 2021, tendo sucedido ao seu pai, o fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen de 96 anos, que está dispensado de se apresentar em tribunal pelo seu estado de saúde.