APA e municípios juntos para mitigar efeitos dos fogos nas linhas de água
Nos territórios afetados pelos últimos incêndios florestais, a qualidade da água destinada ao abastecimento público poderá ser comprometida, especialmente após precipitações intensas, devido ao aumento de sedimentos, cinzas e outros contaminantes transportados para as linhas de água.
Por iniciativa da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) foram levados a cabo, em colaboração com os municípios, trabalhos de emergência para mitigar os efeitos dos fogos, visando a retenção de sólidos contaminados, sobretudo cinzas e matéria orgânica queimada, que podem prejudicar a qualidade da água e afetar as condições ecológicas dos rios e albufeiras.
As intervenções prioritárias, antes da ocorrência das previsíveis chuvas intensas, no imediato, incluem as captações do Carvoeiro, do Sul e de Castelo de Penalva que abastecem, respetivamente, a Região de Aveiro, o município de São Pedro do Sul e o de Penalva do Castelo (com impacto na Albufeira da Barragem de Fagilde).
E as principais medidas de emergência são a colocação de barreiras de retenção de sedimentos em locais estratégicos das linhas de água, impedindo o transporte de cinzas e outros resíduos; monitorização contínua da qualidade da água nas captações, permitindo detetar níveis de poluição e ajustar o tratamento da água de forma adequada; e limpeza e desobstrução de troços afetados, restaurando o fluxo natural das águas e prevenindo maiores danos ecológicos.
Além disso, a APA e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, juntamente com as autarquias, estão a desenvolver um plano estruturado de recuperação das áreas ardidas, focado na regeneração das bacias hidrográficas impactadas pelos incêndios.
«Estas intervenções são cruciais para prevenir uma degradação severa da qualidade da água e assegurar a continuidade do abastecimento público de forma segura. Todo este esforço está a ser acompanhado por uma monitorização constante das linhas de água, permitindo uma resposta célere a qualquer alteração do seu estado», assegura a APA no seu “site”.