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Bombeiros da Pampilhosa pedem que o Estado equipe as associações

De acordo com João Marques, a sua corporação debate-se com dificuldades para financiar materiais e equipamentos imprescindíveis, que vêm encarecendo nos últimos cinco anos.

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, no concelho da Mealhada, defendeu hoje que o Estado devia ter a obrigação de equipar as associações humanitárias com o mínimo para poderem combater incêndios florestais.

“Se querem que apaguemos fogos, têm de nos dar pelo menos um veículo florestal e um autotanque. Se o Estado quer que trabalhemos para o próprio Estado, deveria fornecer-nos o equipamento mínimo para que possamos trabalhar”, alegou João Marques.

Em declarações à agência Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa considerou que não faz sentido serem as associações humanitárias a terem de comprar equipamentos para o combate a incêndios e depois colocarem-nos ao serviço do Estado.

“O Estado devia ter essa obrigação de equipar os bombeiros com o mínimo”, sublinhou.

De acordo com João Marques, a sua corporação debate-se com dificuldades para financiar materiais e equipamentos imprescindíveis, que vêm encarecendo nos últimos cinco anos.

“Comprámos agora uma ambulância nova, que há cerca de cinco anos toda equipada custava à volta de 40 mil euros e agora custou-nos 60 mil euros. É um disparate o que este tipo de material tem subido: é um aumento em quase 30%”, referiu.

A corporação da Pampilhosa tem atualmente três carros de incêndios, com mais de 20 anos e que, apesar de não terem muitos quilómetros, “têm um desgaste grande, por causa da bomba a trabalhar”.

“Se for aqui só para o nosso território, conseguimos gerir, mas como temos andado a apoiar outros territórios, cada vez que volta tem de ir para a oficina. O nosso carro melhorzito foi um dia para Águeda e já teve de vir de reboque para casa”, acrescentou.

Com três carros de incêndios envelhecidos, que precisavam de ser substituídos, já se “contentava se se trocasse pelo menos um”.

“Um carro destes custa 220 mil euros e mesmo com o famoso PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que vem resolver os problemas de toda a gente, o máximo que nos pode chegar são 125 mil euros, pois aqui no concelho há duas associações de bombeiros e a verba é a dividir. Ou seja, temos de arranjar cerca de 96 mil euros”, indicou.

O comandante dos Bombeiros da Pampilhosa evidenciou que, para além dos subsídios atribuídos e de alguns donativos, vão contando também com a receita de duas festas anuais: o São João e a Santa Marinha.

“As comissões de festas têm trabalhado para nós, o que lhes agradecemos publicamente. Este ano, estas festas renderam à volta de 15 mil euros, que com o dinheiro do ano passado e outro que a associação tinha, bem como de serviços que se iam fazendo, foi possível pagar a nova ambulância”, esclareceu.

Também irão tentar fazer “algum tipo de peditório”, “não de estrada, mas indo a casa das pessoas”.

“Já não o fazemos há algum tempo, mas se calhar vamos ter de o fazer. Custa-me chamar-lhe peditório, que tem sempre o conceito de estar de mão estendida e nós não merecemos isso, merecemos realmente um reconhecimento pelo trabalho”, concluiu.

 

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