Erva das pampas entrou nas marinhas
A erva das pampas, planta invasora cortante e alergénica, «está rapidamente a tornar-se numa ameaça descontrolada», alertou a professora da Escola Superior Agrária de Coimbra, Hélia Marchante, uma invasão que chegou ao salgado de Aveiro .
É uma ameaça, de «apetite voraz» pelo território, afirmou, além de invadir sapais, dunas e áreas florestais, como acontece na região.
De expansão rápida ao longo dos últimos anos, têm falhado as tentativas de eliminação e controle. Crescendo sem controlo, a erva-das-pampas forma áreas homogéneas, nas quais é a única protagonista, impedindo as outras espécies e degradando os ecossistemas. É, ainda, responsável por um novo pico de alergias, tardio.
Urgente agir
«Torna-se urgente agir, enquanto sociedade, para parar esta catástrofe ambiental e as suas consequências sociais negativas», apela Hélia Marchante. Tem consequências económicas, já que o seu controlo obriga a «despender recursos financeiros avultados». A docente é responsável pelo “Life Coop Cortaderia”, no Instituto Politécnico de Coimbra, dando continuidade ao “Life Stop Cortaderia”, encerrado em 2022, e que está em desenvolvimento até setembro de 2028, tendo como objetivo sensibilizar, educar, formar e promover a intervenção dos vários setores da sociedade para gerir melhor esta invasão.
Este projeto convida a adesão à Estratégia Transnacional de luta contra a Cortaderia no Arco do Atlântico, oferecendo formação e consultoria profissional para melhorar a gestão da espécie para travar a expansão e, se possível, erradicar a sua presença.
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Joaquim Batista, admite que nenhum dos municípios tem qualquer plano e sugere que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas assuma a responsabilidade de liderança num processo de combate a esta planta, criando mecanismos de financiamento para as autarquias avançarem.