Residência artística reforçou experiências de inclusão
A APPACDM – Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Anadia promoveu uma residência artística, em parceria com a Sublime Dance Company (SDC), de Lisboa, destinada a pessoas com perturbação do desenvolvimento intelectual (PDI), que culminou, no passado sábado, num espetáculo no Cineteatro de Anadia.
A residência artística de dança, a que foi dado o nome “Tropeçar, por favor!”, realizou-se de 9 a 13 de setembro nas instalações do Clube de Ancas, envolvendo um grupo de utentes da APPACDM e da CERCIPOM - Cooperativa de Ensino e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Pombal, juntamente com as respetivas técnicas superiores de reabilitação psicomotora, num total de 18 participantes.
O projeto visou, entre outros objetivos, desenvolver as competências artísticas das pessoas com PDI e reforçar as experiências de inclusão, para além de contribuir para criar uma rede de trabalho entre diferentes instituições.
«Partindo do pressuposto de que as pessoas com PDI têm um potencial criativo, artístico e intelectual, este projeto é um instrumento de promoção dos seus direitos. Constitui um ciclo de ação que contraria desvantagens e limitações e que promove a inclusão social e a qualidade de vida destas pessoas», refere a APPACDM, que chamou a SDC para dirigir a residência artística, financiada pela Direção-Geral das Artes e pelo município de Anadia.
Diana Seabra, da companhia lisboeta, foi desafiada a criar uma peça num curto espaço de tempo (uma semana), apresentada no sábado no palco do Cineteatro de Anadia. O projeto foi também uma forma de «sensibilizar o público para a importância da inclusão artística» e para a necessidade de uma «mudança de mentalidades no que diz respeito às pessoas com algum tipo de perturbação do desenvolvimento».
A criação desta peça tem como expectativa futura a circulação nacional e a integração sua peça em diferentes tipos de eventos que se alinhem com a filosofia de inclusão e diversidade artística.
O Clube de Ancas, uma IPSS do concelho de Anadia, é outro parceiro do projeto, tendo cedido o espaço físico onde decorreu a residência artística. Em paralelo foi organizado, com a participação dos habitantes da aldeia, um ciclo de eventos culturais aos serões.