
Trocaram «o comando da televisão lá de casa» pelo cavaquinho
São todos reformados e podiam muito bem continuar «no “rame-rame” de sempre», ocupando o dia com as lides domésticas, como «dar de comer às galinhas e aos gatos»; a ginástica e as mil e uma tarefas que os avós têm. Mas não. A vida destas sete senhoras maiores de 60 anos, a que se juntaram António Fernandes e Luís Sousa, é agora ainda mais preenchida, graças ao Grupo Cavaquinhos das Avós criado por Fátima Teixeira, na Gafanha da Nazaré.
Tudo começou «por brincadeira», mas a verdade é que rapidamente se tornou num caso sério de envelhecimento ativo. Em 2020, em plena crise pandémica, Fátima Teixeira, que «já percebia um bocadinho de cavaquinho», juntou-se a Eulália Velha e a «uma outra senhora [Alice Castro] que já cá não está [no grupo]». «Começámos em minha casa», contou a mentora à nossa reportagem, prosseguindo: «Depois, o Bruno Soares [gerontólogo da Câmara Municipal de Ílhavo] tomou conhecimento do que fazíamos e deu-nos autorização para que fôssemos para o Fórum Municipal Maior Idade. A partir daí, depressa se juntaram as outras avós».
Na altura, segundo Fátima Teixeira, estavam «de máscara» e tinham «sempre o desinfetante em cima da mesa, para desinfetarmos as mãos», cuidados que fizeram com que «nunca tivéssemos apanhado o vírus [da COVID-19]».
Com este projeto, deixaram para trás a rotina que tinham, trocando «o comando da televisão lá de casa» pelo cavaquinho. E também o sofá pelo “palco”, ou melhor por vários “palcos”, já que, atualmente, levam a alegria de viver a muitas instituições direcionadas para a terceira idade.
Nem todos tocam cavaquinho. Casos, por exemplo, de António Fernandes, «o homem do bombo» que ajuda à festa; de Luís Sousa, chegado ao grupo não há muito tempo, que «tem jeito para a cantoria; e de Maria Irene Vilarinho, que ainda tentou tocar cavaquinho, mas que depois se revelou um “verdadeiro rouxinol” - não fosse “especialista” em canto coral.
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