Uma vida dedicada às esteiras: a história de Maria dos Santos
No início da sua utilização, as esteiras de bunho, feitas a partir de uma planta que cresce na zona lagunar da Ria de Aveiro, serviam essencialmente para proteger grandes objetos para exportação. Os vagões dos navios eram forrados com estas esteiras, protegendo assim os materiais que transportavam.
Embora esta arte se realizasse ao longo de todo o ano, era sobretudo no inverno, quando o trabalho agrícola era mais escasso, que, sobretudo as mulheres, se dedicavam à fabricação das esteiras de bunho, com vista a obter um suplemento financeiro.
Na região de Aveiro, as esteiras de bunho serviam também para proteger o milho que era colocado a secar ao sol nas eiras e para colocar debaixo dos colchões de palha, para estes se tornarem mais rijos.
O processo de confeção envolve o corte, secagem e trançado das fibras, criando um produto resistente e durável.
Atualmente são, maioritariamente, utilizadas como artesanato e vendidas nos mercados tradicionais que ainda se vão realizando na região e que têm por objetivo reavivar memórias e artes antigas.
Maria da Encarnação dos Santos, hoje com 93 anos, iniciou esta prática há mais de 70 anos e continua até aos dias de hoje.
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