Marine Le Pen nega desvio de fundos do Parlamento Europeu
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, negou hoje qualquer irregularidade no uso de fundos europeus, perante o tribunal onde começou a ser julgada sob acusação de ter aplicado essas verbas no seu partido, União Nacional (RN).
“Digo-vos muito claramente: não sinto que tenha cometido a mais pequena irregularidade, o mais pequeno ato ilegal”, disse Marine Le Pen no Tribunal Penal de Paris.
O RN, anteriormente designado Frente Nacional, e 24 dos seus dirigentes estão a ser julgados por alegadamente terem usado dinheiro destinado a assessores parlamentares da União Europeia (UE) para pagar a funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, em violação dos regulamentos do bloco europeu.
A líder do RN argumentou que as missões dos assistentes pagos pelo Parlamento Europeu deviam ser adaptadas às várias atividades dos eurodeputados, incluindo algumas missões altamente políticas relacionadas com o partido.
Além disso, descreveu a sua visão do papel dos eurodeputados, afirmando que este ia muito além do trabalho de elaboração e votação dos regulamentos da UE, justificando também o papel dos assessores que trabalham para cada eurodeputado.
A líder do partido teve de responder às perguntas do juiz sobre o trabalho de Catherine Griset, sua assistente parlamentar entre 2010 e 2016 e antiga cunhada, que terá passado apenas o equivalente a 12 horas de trabalho no PE entre outubro de 2014 e agosto de 2015, ganhando nesse período 3.206 euros mensais.