Sindicatos da RTP pedem que futuro da televisão seja decidido pelo Parlamento
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da RTP pediram hoje que o futuro da televisão seja decidido pelo parlamento e não pelo Governo, após uma reunião com o PCP, que se comprometeu a tentar travar os planos do executivo.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com o PCP no âmbito das jornadas parlamentares do partido na Assembleia da República, a secretária-geral do Sindicato dos Meios Audiovisuais (SMAV), Clarisse Santos, criticou o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo na semana passada.
A sindicalista manifestou preocupação com “a retirada gradual da publicidade” prevista para a RTP, assim como pelo plano de rescisões anunciado pelo Governo, salientando que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, o chamou de “revolução tranquila, mas depois, no papel, diz que é uma reestruturação”.
Clarisse Santos salientou que inicialmente, o Conselho de Administração da RTP tinha transmitido aos sindicatos que haveria “80 rescisões previsíveis, por mútuo acordo”, sendo que agora o Governo está a falar na saída de 250 pessoas.
Questionada sobre o que é que espera que o parlamento possa fazer para evitar que este plano seja implementado, a secretária-geral do SMAV respondeu: “Isto tem de ser uma discussão parlamentar”.
“Não há forma, nem outro modo que nós vejamos de fazer as coisas. O senhor primeiro-ministro, tão transparente, tão leal, tem de perceber que estas questões estruturais das empresas têm que ter uma discussão parlamentar”, disse, considerando que o executivo ter elaborado este plano sozinho é “a direita no seu esplendor”.