Lisboa de orelhas a arder no aniversário da Região de Aveiro
Lisboa foi das palavras mais ouvidas na cerimónia comemorativa do Dia da Região de Aveiro, assinalado, ontem, pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). Praticamente todos os oradores, entre políticos e académicos, descreveram Portugal, no resumo de José Alberto Rio Fernandes, da Universidade do Porto (UP), como um «país brutalmente centralista» que impõe constrangimentos à governação local e regional.
Para o docente da UP, é necessário robustecer o nível intermédio de gestão do território, situado entre a administração central e o poder local. Os distritos são, atualmente, uma «não-existência» e «servem para as eleições e o futebol». «Tirando isso, não servem para mais nada», disse, em Aveiro.
Às comunidades intermunicipais, por sua vez, falta «legitimidade direta» por não resultarem da eleição das populações e, em alguns casos, uma visão comum sobre o destino do território.
As experiências de descentralização, acrescentou, são em muitos casos «de faz de conta». «O nosso centralismo é uma doença de cura muito difícil», disse o docente, denunciando a «iliteracia geográfica do Terreiro do Paço».
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