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Contrabando inspira peça que ESTE estreia no Fundão para assinalar 20 anos

A mostra apresenta uma visão conjunta sobre as fronteiras físicas que atravessam o mundo, sejam elas físicas, políticas, culturais ou imaginárias

O contrabando na zona raiana serviu de base de trabalho para “Descaminho”, peça que a ESTE, Estação Teatral estreia quinta-feira no auditório da Moagem, no Fundão e com que assinala os 20 anos da companhia.

O espetáculo fica em cena até ao dia 5 de novembro, com sessões de quinta-feira a sábado às 21:30 e aos domingos às 17:00.

Em 16 de novembro, a companhia, com sede no Fundão, sobe ao palco do Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, também no distrito de Castelo Branco.

O diretor de produção, Alexandre Barata, sublinhou a estreita ligação que a ESTE tem tido, ao longo de duas décadas, ao território e às histórias e pessoas que o habitam, e que servem de inspiração para registos documentais e de memória através do teatro.

“Escolher a temática do contrabando para este espetáculo de aniversário foi uma escolha natural e lógica”, salientou Alexandre Barata, em declarações à agência Lusa.

A peça, dirigida a maiores de 12 anos, é protagonizada pelos portugueses Joana Poejo e Tiago Poiares e pelo espanhol Javier Ariza.

Descaminho” parte de um levantamento de testemunhos orais na zona raiana dos distritos da Guarda e Castelo Branco, de material de arquivo, obras documentais e literárias e caminhadas de pesquisa feitas pelas rotas do contrabando.

A encenadora, Sofia Cabrita, realçou que o resultado não é uma história única, mas o descaminho dos factos e a fronteira entre o real e a ficção, entre o vivido e a pós-memória.

Percebemos que este tema é muito complexo, que vive de uma interação entre aquilo que se decide partilhar e aquilo que se decide esconder e que é impossível estabelecer uma narrativa clara”, vincou a encenadora, à Lusa.

Sofia Cabrita espera que a produção da ESTE contribua para uma maior valorização da memória oral e para um olhar “menos turistificado e leve” das rotas do contrabando.

“O contrabando mostra muito mais do que pequenas aventuras para ganhar dinheiro, é uma questão política, social, de autoridade, de sobrevivência, de estereótipos, de tabus”, enfatizou a encenadora.

Sofia Cabrita espera que a peça, por trazer para o presente histórias que fazem parte do imaginário desta zona do país, e de ter sido construída com o envolvimento das pessoas, possa “aproximar todos os públicos”.

As reservas para assistir a “Descaminho” podem ser feitas através do número 275 773 032 ou do endereço eletrónico [email protected].

No âmbito dos 20 anos da companhia, fica também patente na Moagem, no Fundão, entre 24 de outubro e 3 de novembro, a exposição de fotografia de Mário Costa e Mafalda Silva “Entre Caminhos”, que nasceu do trabalho de preparação para a peça de teatro.

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