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Federação de Bombeiros de Aveiro quer que Governo reponha modelo de comando anterior

Os corpos dirigentes da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro integram representantes das corporações de Murtosa, São João da Madeira e Sever do Vouga (na assembleia geral), de Anadia, Santa Maria da Feira, Vagos, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis (na direção), e de Ílhavo, Fajões e Esmoriz (no conselho fiscal

A Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro está a preparar um relatório sobre os incêndios de setembro para demonstrar ao Governo as falhas do atual modelo de comando operacional e exigir o regresso ao sistema anterior.

Segundo revelou hoje à agência Lusa a estrutura federativa, várias corporações do distrito estão envolvidas na redação do documento, que, devendo ficar concluído até ao início de novembro, parte de contributos dos corpos de bombeiros envolvidos no combate aos grandes fogos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Arouca, Oliveira de Azeméis e Sever do Vouga para reunir exemplos concretos do que correu mal nas operações.

“O que já sabemos todos é que o modelo de comando sub-regional em vigor desde o início de 2024 é muito pior do que aquele que tínhamos antes”, garantiu Isabel Silva, presidente da Federação e também da associação humanitária dos Bombeiros de Anadia.

Destinando-se igualmente à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o relatório quer “deixar evidente, com factos, que a extinção dos 18 comandos distritais – em especifico o de Aveiro – e a sua substituição por 24 comandos sub-regionais teve um enorme impacto negativo na gestão dos graves incêndios rurais de setembro”.

Referindo como exemplo que, no caso do distrito de Aveiro, o combate aos fogos deixou de ser coordenado apenas a partir da região e também esteve sujeito a comandos da Área Metropolitana do Porto, “pouco habituados a incêndios rurais”, Isabel Silva realçou que o modelo operacional em vigor desde janeiro sempre levantou dúvidas, mas comprovou ser pior do que se supunha e, por isso, deve ser revogado.

“Já antes os comandantes da região achavam que este modelo não ia funcionar bem, mas o trabalho no terreno pôs o sistema à prova e confirmou que, realmente, ele não é o melhor. Tendo em conta as perdas de vidas humanas, de animais, de bens e o significativo impacto ambiental dos fogos de setembro, é preferível, para bem de todos, voltar-se ao formato de comando anterior”, defendeu a presidente.

No total, a Federação representa 24 corporações voluntárias e três corpos de bombeiros privados do distrito, o que constitui um universo de aproximadamente 1.200 operacionais.

No mês de setembro, os grandes incêndios das regiões Norte e Centro do país provocaram nove mortos, mais de 170 feridos e a destruição de dezenas de habitações.

Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, só entre os dias 15 e 20 de setembro arderam em Portugal continental cerca de 135.000 hectares, dos quais mais de 116.000 no Norte e Centro, que assim concentraram a maior parte da área ardida em território nacional.

 

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