Um presidente de junta a quem os fregueses “tratam por tu”
Diário de Aveiro: É professor de História e, pelo que sabemos, a política não estava nos seus planos de vida. Sendo assim, como se estreou nestas lides?
Filipe Jorge: Fui candidato a primeira vez em 1993, integrado num projeto de independentes, apoiado pelo PS, à Câmara Municipal de Vagos (CMV). Achávamos que era preciso haver uma terceira referência, para além do PSD e do CDS-PP. Vagos é um dos concelhos em que o PSD tem maior peso desde o 25 de Abril. O “Cavaquistão” deixou de ser Viseu e passou a ser Vagos. E havia malta mais nova, como eu, que achava que era preciso uma alternativa para fazer uma espécie de “fiel da balança”.
Nessa altura, fiz parte da lista de vereadores candidatos como independente. É preciso que se diga - e vou salientar, mais uma vez - que a independência é mesmo o que me move. Penso pela minha cabeça. Acredito profundamente que a nível autárquico tem de haver uma independência e responsabilização pessoal. Não são os partidos que ganham eleições, note-se.
Nestas minhas primeiras eleições, perdi. Houve várias pessoas a dizerem que, apesar de gostarem de mim, não iam votar no PS, porque votavam sempre no mesmo (PSD). Depois disso, deixei-me estar sossegadinho: jogava futebol com os amigos, dava as minhas aulas, fazia formações de teatro, lia. Entretanto, também me casei.
Mais tarde, em 2013, voltei a ser convidado, mas, desta vez, para ser candidato à Junta de Freguesia (JF) de Calvão, pelo CDS-
-PP. Foi um familiar que me convidou. Demorei três meses a decidir se aceitava ou não. Porque parte de mim dizia que ia gostar da experiência. A outra parte achava que, tendo filhas pequenas (a mais nova ia fazer 3 anos, a outra tinha mais quatro), não era a melhor altura a nível pessoal.
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