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Hospitalização domiciliária já acompanhou mais de dois mil doentes

A Unidade de Hospitalização Domiciliária da Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Aveiro acompanhou mais de dois mil doentes em casa desde a sua criação, em Maio de 2019

A Unidade de Hospitalização Domiciliária da Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Aveiro acompanhou mais de dois mil doentes em casa desde a sua criação, em Maio de 2019. «Temos taxas de ocupação quase sempre a rondar os cem por cento», disse ontem Nino Coelho, enfermeiro responsável pelo serviço, dando conta que o objetivo é passar de dez para 15 o número de doentes passíveis de serem acompanhados em simultâneo. «Pretendemos o alargamento para as 15 camas, o que estamos a projetar para o próximo triénio», disse ao Diário de Aveiro à margem do primeiro Simpósio da ULS da Região de Aveiro, realizado na Universidade de Aveiro (UA) e dedicado à temática “Integração dos Cuidados”.

Para o responsável, a hospitalização domiciliária apresenta várias vantagens, uma delas a de contribuir para descongestionar os hospitais. «Verifica-se um aumento da procura dos serviços de urgência e dos serviços de saúde, há uma grande pressão para poder internar doentes. Uma das vantagens da hospitalização domiciliária é contribuir para a eficácia e a racionalização do número de camas», afirmou.

Os utentes que cumprem os «critérios clínico, social e geográfico» e queiram fazer parte do programa podem ser retirados dos internamentos convencionais, sendo tratados e acompanhados em casa e «libertando camas para doentes mais agudizados» que não estejam em condições de aceder ao serviço.

Esta modalidade, gratuita para os pacientes, comporta várias outras vantagens. «A qualidade dos cuidados, o aumento da satisfação da pessoa e da família, o maior acesso à informação clínica, ensinos adequados à pessoa no seu ambiente familiar e social ou a diminuição das infeções associadas aos cuidados de saúde, além de que é mais fácil capacitarmos a pessoa para a autonomia, não só no auto-cuidado mas também na gestão do seu regime terapêutico», resume.

Os domicílios «têm de ter as condições básicas de habitabilidade e higiene» e os doentes ou cuidadores têm de possuir telefone porque é assim que o contacto é estabelecido com a equipa hospitalar, formada por médicos e enfermeiros. Os utentes, acrescenta Nino Coelho, devem estar a um raio de 20 quilómetros ou a 30 minutos de acesso a partir do Hospital de Aveiro. «Temos de garantir um critério geográfico em que sejamos capazes de intervir numa agudização em tempo útil», explica.

O enfermeiro refere que entre as patologias mais frequentes entre quem integra o programa contam-se a insuficiência cardíaca, infeções do trato urinário ou pneumonia. «Tratamos todos os doentes do foro médico que a Medicina Interna já trata no ambiente hospitalar convencional», diz.

A primeira edição do simpósio decorreu ontem no Auditório Carlos Borrego da UA com a participação de vários oradores.

Outubro 26, 2024 . 09:00

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