Operários da Lactogal em greve contra ambiente de medo e direito negado à amamentação

A mobilização ocorreu na fábrica de Oliveira de Azeméis e teve início às 10h, com cerca de 40 manifestantes, segundo dados do SINTAB – Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação e Bebidas.

Dirigentes sindicais apontam casos de pressão sobre trabalhadores, incluindo ameaças para desencorajar a participação na greve, bem como alegações de recusa do direito das mães lactantes a horas específicas para amamentação. Avelino Mesquita, representante do sindicato, afirma que o baixo número de grevistas reflete o medo de represálias, em detrimento do real nível de insatisfação dos funcionários. «Há pouca participação porque a empresa faz muita pressão sobre os trabalhadores e as pessoas têm muito medo de perder o emprego. Se não fosse esse ambiente, estava cá mais gente», revelou o representante. Outro exemplo de descontentamento são os processos adicionais que a empresa exige a funcionárias mães para ajustar seus horários, indo além das normas legais.

Em resposta, a Lactogal nega as acusações, sustentando que cumpre os direitos trabalhistas e mantém uma política de melhoria progressiva das condições de trabalho. A empresa acrescenta que apenas 12 trabalhadores participaram da greve até o momento, representando 0,8% do total de funcionários. A administração também menciona que negociações sobre remuneração estão em andamento e que a empresa «tem se posicionado acima do Contrato Coletivo de Trabalho do setor».