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Câmara de Espinho "atravessou-se" para aprovar projeto imobiliário

O empresário contou ao coletivo de juízes que a autarquia exigiu como contrapartida, para aprovar o projeto em causa, que o promotor assumisse os custos de execução de um arruamento com uma dimensão diferente da que constava do Pedido de Informação Prévia (PIP) inicialmente apresentado

O empresário Francisco Pessegueiro, arguido no processo Vórtex, disse hoje em tribunal que a Câmara de Espinho, tal como ele, se “atravessou” para garantir que o projeto do empreendimento 32 Nascente andasse “à velocidade da luz”.

“Havia uma relação de confiança absoluta [entre Pessegueiro e a autarquia], e de certa forma a câmara [à data liderada por Miguel Reis, também arguido] atravessou-se, e eu também, porque havia um projeto que estava atrasado e [a autarquia] teria culpa e por isso ajudou”, reconheceu o construtor, cuja inquirição foi retomada esta quinta-feira.

Respondendo ao Ministério Público (MP), o empresário disse acreditar que o ex-presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis, tenha exercido pressão sobre o arquiteto Pedro Castro e Silva, também arguido processo Vórtex, para aprovar de forma célere o projeto de arquitetura referente àquele empreendimento, uma vez que em jogo estava uma contrapartida para a autarquia.

Na sexta audiência de julgamento, o empresário contou ao coletivo de juízes que a autarquia exigiu como contrapartida, para aprovar o projeto em causa, que o promotor assumisse os custos de execução de um arruamento com uma dimensão diferente da que constava do Pedido de Informação Prévia (PIP) inicialmente apresentado.

“Acredito que tenha feito pressão, porque havia uma contrapartida. Isso é inegável”, declarou, reconhecendo que o arquiteto Pedro Castro e Silva [arguido] não tinha conhecimento das taxas de urgência que haviam sido pedidas por Miguel Reis que lhe garantiu que ia “pôr tudo a andar á velocidade da luz”.

 

Leia mais na edição de amanhã, 1 de novembro, do seu Diário de Aveiro.

Outubro 31, 2024 . 16:21

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