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Museu Funerário, único no país, sem espaço para crescer

A Agência Funerária Gamelas, em Esgueira, “guarda” inúmeros documentos e peças relacionados com a morte, entre os quais uma carta de sepultura datada - imagine-se - de 1575

No número 37 da Rua Bento de Moura, na freguesia de Esguei­ra, em Aveiro, encontramos uma vida de dedicação à morte. Fernando Oliveira tem 58 anos, 40 dos quais, «mais ano, menos ano», ligados à Agência Funerária Gamelas. Primeiro como funcionário, depois como proprietário. Hoje, é um dos sócios-gerentes, juntamente com Pedro Ferrão.

Aqui, num espaço que há muito tempo se tornou exíguo, este agente funerário, cuja licenciatura em Solicitadoria ain­da começou, mas não chegou a terminar - “guarda” um sem número de documentos e peças relacionados com a morte, entre os quais uma carta de sepultura datada - imagine-se - de 1575. «Estas cartas eram dadas a determinadas famílias pa­ra poderem ser sepultadas jun­to a um altar, porque ajudavam a Igreja», explicou Fernando Oliveira enquanto fazia uma breve visita guiada ao seu Museu Funerário, que é único no país.

A carta de sepultura não está exposta, mas fez questão de a mostrar à nossa reportagem, da mesma forma que o fará a todas as pessoas que quiserem ver a coleção que iniciou há mais de um quarto de século. Basta que liguem antes através dos números de telefone 234 311 240 ou do telemóvel 963 408 498 (chamadas para as redes fixa e móvel nacionais), porque Fernando Oliveira pode não ter disponibilidade no momento. «Comecei a colecionar documentos já há muitos anos. As peças é que foi há coisa de 25 anos. Tenho aqui carretas funerárias, coches funerários, malas de autópsia, malas de tanatopraxia, etc.. E só não tenho mais porque não tenho espa­ço», disse ao Diário de Aveiro.

Na lista estão um sarcófago, mandado fazer por Fernando Oliveira, e uma carreta fúnebre de 1890. Segundo nos contou o agente funerário, «estava em Faro e se não fosse buscá-la ia para o lixo», assim como a mai­oria dos objetos da sua coleção particular: «Comecei a colecionar porque via que se estavam a perder peças: ou iam para o lixo, ou se queimavam». Há também situações em que as próprias pessoas, detentoras das peças e dos documentos, até as oferecem ou as cedem.

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Outubro 31, 2024 . 09:45

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