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Produtor musical Quincy Jones morreu aos 91 anos

Nomeado por 79 vezes para os prémios da música Grammy, conquistou essas distinções em 28 momentos, o que o tornou num dos artistas mais premiados de sempre, apenas atrás de Beyoncé (32, atualmente) e do maestro Georg Solti (31).

O produtor musical e compositor Quincy Jones morreu no domingo à noite, aos 91 anos, disse hoje o assessor do artista.

De acordo com o seu assessor, Arnold Robinson, Jones morreu no domingo à noite, na sua casa, no bairro de Bel Air, em Los Angeles, rodeado pela família.

“Esta noite, com o coração cheio, mas partido, devemos partilhar a notícia da morte do nosso pai e irmão Quincy Jones”, afirmou a família em comunicado.

“E embora esta seja uma perda incrível para a nossa família, celebramos a grande vida que viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele”, referiu a nota.

Jones foi um dos primeiros executivos negros a prosperar em Hollywood e a acumular um extraordinário catálogo musical que inclui alguns dos momentos mais ricos da música norte-americana.

Jones deixa um vasto legado, desde a produção do histórico álbum “Thriller” de Michael Jackson à composição de bandas sonoras premiadas para cinema (como “A Cor Púrpura”, que lhe valeu três nomeações aos Óscares) e televisão e à colaboração com Frank Sinatra, Ray Charles e centenas de outros artistas, desde Louis Armstrong e Tony Bennett a Donna Summer e Sarah Vaughn.

Nomeado por 79 vezes para os prémios da música Grammy, conquistou essas distinções em 28 momentos, o que o tornou num dos artistas mais premiados de sempre, apenas atrás de Beyoncé (32, atualmente) e do maestro Georg Solti (31).

Jones mantinha ligações ao Brasil, com amizades e elogios destinados a múltiplos artistas de renome, desde Caetano Veloso a Milton Nascimento.

Nascido em 14 de março de 1933 numa cidade de Chicago submersa no auge da Grande Depressão, Jones e o irmão mais novo chegaram a viver com a avó – que chegou a ser escrava - em Louisville, no Kentucky, numa casa sem eletricidade, antes de voltarem a Chicago e seguirem para o estado de Washington com o pai, como lembra o obituário publicado pela Rolling Stone.

Aos 11 anos, altura em que se metia em vários sarilhos com os amigos, arrombou um centro recreativo para comer tarte merengada de limão e descobriu um piano, que experimentou e o marcou: “Foi aí que comecei a encontrar paz. Tinha 11 anos. Sabia que isto era para mim. Para sempre”, escreveu na autobiografia “Q” (inédita em Portugal), citada pela Rolling Stone.

Começou a tocar aos 14 anos numa banda com um jovem dois anos mais velho chamado Ray Charles, chegando a acompanhar Billie Holiday, como lembrou a biografia publicada pelo britânico The Guardian.

Estudante de música em Seattle e depois em Boston, mudou-se para Nova Iorque, onde tocou com Elvis Presley e conheceu nomes maiores do jazz como Charlie Parker e Miles Davis. Com 23 anos, foi diretor musical de Dizzy Gillespie.

Em 1958 assinou pela editora Mercury, onde se tornou diretor de música três anos mais tarde.

Em 1985 esteve por trás da angariação de fundos para África intitulada “We Are The World”, que juntou 40 artistas, como Diana Ross, Michael Jackson ou Stevie Wonder.

Novembro 4, 2024 . 10:55

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