Biden defende redução de tensão política e "transição pacífica" para Trump
O Presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu hoje, num discurso à nação, a redução da tensão política e uma “transição pacífica e ordeira” para a futura administração do republicano Donald Trump, que venceu as eleições presidenciais realizadas na terça-feira.
Na sua primeira intervenção desde a votação que ditou a derrota da candidata democrata e sua vice-presidente, Kamala Harris, o líder norte-americano afirmou que o país precisa “baixar a tensão política” e abordou a conversa telefónica que manteve com Trump na quarta-feira.
“Falei com o presidente eleito Trump para o felicitar pela vitória e garantir que vou dirigir toda a minha administração para trabalhar com a sua equipa e garantir uma transação pacífica e ordeira”, declarou o chefe de Estado, numa intervenção feita a partir da Casa Branca, em Washington.
No seu discurso, o dirigente democrata afirmou que “não se pode amar o país apenas quando se ganha”, repetindo uma frase que utilizou em ocasiões anteriores para se referir às falsas teorias de fraude que Trump alegou na contestação das presidenciais há quatro anos e que levou a que os seus apoiantes invadissem o Capitólio (sede do Congresso norte-americano) no dia 06 de janeiro de 2021.
"O país escolhe um ou outro. Aceitamos a escolha que o país fez”, destacou Biden, que reiterou que o sistema eleitoral dos Estados Unidos da América (EUA) “é honesto, justo e transparente”, quer se ganhe ou se perca.
O Presidente norte-americano afirmou que vai cumprir as suas promessas e honrar a Constituição no dia 20 de janeiro de 2025 quando, Donald Trump, que é simultaneamente seu antecessor e sucessor no cargo, tomar posse, deixando um apelo: “Vamos ficar bem, mas precisamos continuar empenhados”.
Joe Biden falou também na quarta-feira com a sua vice-presidente, que disse ter feito “uma campanha inspiradora” e que “tem uma espinha dorsal como uma barra de ferro”.
Kamala Harris, prosseguiu o político democrata, “deu todo o seu coração e esforço”, frisando ainda que “ela e toda a sua equipa devem estar orgulhosos da campanha que fizeram”.
O líder da Casa Branca deixou também palavras para a equipa da sua administração, cujos membros o aplaudiram de pé e de rostos fechados durante o discurso, reconhecendo que “é um momento difícil”, mas pedindo para não se esquecerem das conquistas alcançadas na “presidência histórica” ao longo dos últimos quatro anos.
“Perdemos esta batalha, mas a América com que sonham exige que se ergam”, pediu o líder norte-americano de 81 anos e que vai encerrar cerca de 50 anos de vida pública.
Joe Biden convidou na quarta-feira Donald Trump para uma reunião na Casa Branca numa data não especificada para preparar a chegada da próxima administração.
Também Kamala Harris, que no mesmo dia reagiu aos resultados eleitorais com a aceitação da derrota e um apelo aos seus apoiantes para que não deixem de lutar, indicou estar igualmente pronta para ajudar na transferência de poder.
Após uma campanha muito agressiva contra as políticas da administração de Joe Biden, em particular nos temas económicos e de imigração, e apesar das inquietações expressadas em sondagens pelo eleitorado sobre o futuro da democracia, o republicano foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos, tendo já conquistado acima dos 270 votos do colégio eleitoral necessários.
Com a contagem ainda a decorrer, Trump segue também à frente da adversária no voto popular a nível nacional, com 50,9% contra 47,6% dos votos contados.