Luís Rumor mantém vivo o ofício da cestaria em Fonte de Angeão
Seriam para aí 18 horas, mais minuto, menos minuto. Luís Rumor encontrava-se com o filho, junto ao portão, à espera da nossa equipa de reportagem.
Era a primeira vez que ia dar uma entrevista, não sabendo muito bem o que fazer e muito menos o que dizer. A “culpa” era do presidente da junta, Albano Gonçalves, que lhe tinha telefonado a tentar convencê-lo, como já tinha feito antes, na altura, na tentativa que participasse «numas demonstrações ao vivo do ofício». Só que agora conseguiu convencê-lo, para gáudio do Diário de Aveiro (DA).
Luís Rumor, que nunca foi «destas coisas», lá acabou por ceder ao pedido do autarca e recebeu-nos enquanto o jantar já estava «na patusca». Sim, porque «a hora mudou» e, por isso, jantam mais cedo. Abriu-nos amavelmente as portas de casa e também o “livro” da sua vida.
Nasceu no seio de «uma família de cesteiros»
Estivemos à conversa com o único cesteiro de Fonte de Angeão e arredores. Luís Rumor, de 74 anos, é natural da freguesia de Carapelhos (Mira), que fica não muito longe do lugar da Gândara [Fonte de Angeão (Vagos)], onde vive. Embora sejam concelhos diferentes, a verdade é que estes dois locais distam escassos metros um do outro. Ao ponto de o próprio dizer, em tom de brincadeira, apontando com o dedo: «Nasci ali e vivo aqui».
Nasceu no seio de «uma família de cesteiros». «Eram todos cesteiros: o meu avô, os meus pais, os meus tios, os meus irmãos, etc.. Porque, naquele tempo, vendia-se muito para a agricultura. Tudo o que se fazia vendia-se. Agora não», contou ao nosso jornal, acrescentando que «ainda frequentava a escola primária e já andava nesta vida».
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