Milha - Festa da Música e dos Músicos de Ílhavo reúne a comunidade em palco

Ao longo do fim de semana, oito espetáculos e um documentário mobilizaram centenas de pessoas, incluindo quatro apresentações inéditas que destacaram o papel da comunidade ilhavense na criação cultural.

A vereadora Mariana Ramos, responsável pela Cultura e Criatividade, destacou a importância do evento como uma «aposta em projetos locais e de continuidade», enfatizando o compromisso do município em fomentar a formação artística e a inclusão comunitária. Este ano, o festival deu destaque a projetos coletivos como o Coro da Madrugada, a Orquestra do Mar e uma nova criação da Companhia Jovem de Dança de Ílhavo, todos compostos por membros da comunidade.

O Coro da Madrugada apresentou “Uma Nova Manhã”, uma seleção de músicas emblemáticas do pós-25 de Abril, com 50 cantores da comunidade, de todas as idades, sob a direção musical de Pedro Almeida e a direção vocal de Luís António Freitas. A Companhia Jovem de Dança de Ílhavo trouxe ao palco "GINECEU", sob direção do coreógrafo Luiz Antunes, que conduziu 14 jovens bailarinos num espetáculo no qual se destinou a reflexão sobre a liberdade e o papel da mulher na História.

Outro destaque foi a apresentação da Orquestra do Mar, que contou com Samuel Úria interpretando “Uma Canção para a Europa”, de Carlos do Carmo, numa performance que revisitou sucessos de 1976. Com 20 músicos de várias idades e experiências, a orquestra uniu talentos locais para um tributo à música portuguesa.

Além dos espetáculos, o festival promoveu encontros e estreias, como o projeto a solo de Daniela Amaral Cardoso, “Ayela”, e o quinteto de Guilherme Fradinho, ambos inscritos na plataforma PRAIA, que apoia a produção artística local. Um documentário sobre o processo de criação dos Encontros PRAIA, dirigido por Gonçalo Almeida, foi também exibido, reforçando o compromisso do festival em documentar e divulgar o talento da região.

Organizado pelo município de Ílhavo, através do projeto cultural 23 Milhas, o evento consolidou-se como um espaço de celebração e de afirmação do papel da cultura na comunidade, destacando-se também pelo manifesto que afirmou que «uma comunidade que se junta para criar tem a força bruta de uma revolução». Celebrando o espírito do 25 de Abril, a Milha cumpriu o papel prometido afirmando-se no palco como a união e a expressão artística ilhavense.