Albergariense testemunhou a tensão política em Maputo
Com Moçambique em ebulição política, muitos portugueses no país contemplam um regresso, ainda que temporário, enquanto a calma não regressar ao país-irmão da África oriental.
Carolina Resende, de São João de Loure, em Albergaria-a-Velha, que tinha viajado no dia 16 de outubro, regressou de Maputo na passada segunda-feira, onde tinha estado, quase um mês, de visita ao irmão, cunhada e sobrinha afilhada bebé, tendo partilhado connosco as imagens e testemunhos colhidos de uma sociedade moçambicana em agitação e na expectativa de que haja uma mudança política real.
Recorde-se que a Frelimo, partido no poder desde a independência, anunciou oficialmente a vitória nas eleições realizadas em outubro, mas a oposição, liderada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, gritou «fraude!» e tem feito por mobilizar o povo para a luta «pela democracia», com manifestações e outras formas de protesto.
«A primeira vez que aconteceram protestos ficámos três dias fechados em casa», testemunhou Carolina Resende, com nota de que se seguiram «mais sete dias» de “reclusão” forçada em domicílio.
Assinalou que irmão e cunhada, que trabalham em empresas «de portugueses», numa firma do setor automóvel e numa empresa de medicamentos, não tiveram problemas em se abastecer do mais necessário para esses dias, acrescentando que também não sofreram percalços em termos de rendimento, que o mesmo é dizer que têm em dia os salários. Apenas tiveram que apostar no teletrabalho.
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