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Águas de Gondomar dá crédito de 13,60 euros aos clientes vítimas de fogos

O município avançava que, naqueles quatro dias, “foram utilizados mais de sete milhões de litros de água da rede pública, um custo que será inteiramente suportado pela Águas de Gondomar”.

A Águas de Gondomar identificou 1.192 clientes nas freguesias do concelho atingidas pelos incêndios de setembro com consumo superior ao período homólogo em 2023, atribuindo-lhes um crédito de 13,60 euros, revelou a câmara municipal.

A autarquia do distrito do Porto anunciou em 19 de outubro que o valor do consumo da água da rede pública de abastecimento utilizada pelos gondomarenses no combate aos incêndios em setembro seria descontado na fatura dos consumidores afetados.

Em resposta ao pedido de esclarecimento da Lusa, o município, citando a concessionária de abastecimento de água no concelho, informou que, nas áreas delimitadas pela câmara (Covelo, Foz do Sousa, Gondomar, Jovim, Medas, Melres e São Pedro da Cova), foram identificados 2.570 clientes.

“Destes, 1.192 (46%) registaram, em setembro de 2024, um consumo de água superior ao do mesmo mês do ano anterior, pelo que foram abrangidos pela metodologia de compensação acordada entre a Câmara Municipal de Gondomar e a Águas de Gondomar”, esclarece o município.

Ainda segundo a empresa, o “montante total do crédito a atribuir será 16.209,03 euros, dos quais 13.269,42 euros resultam de desconto nas tarifas variáveis de água e saneamento e 2.939,61 euros correspondem às tarifas variáveis de Resíduos Sólidos Urbanos”.

Feitas as contas, prossegue a resposta à Lusa, “o valor médio, por cliente, do crédito a atribuir será de 13.60 euros”, sendo “aplicado na fatura emitida com data de dezembro de 2024”.

Na publicação de outubro, a autarquia dava conta do acordo ”para atenuar o aumento dos encargos com a fatura da água associados a esta emergência”, bem como que este seria “atribuído sem necessidade de requerimento formal pelos afetados”, traduzindo-se “na aplicação de uma nota de crédito sobre os consumos de água anormais verificados no período de incêndios registado entre 16 e 19 de setembro”.

Ainda na mesma publicação, o município avançava que, naqueles quatro dias, “foram utilizados mais de sete milhões de litros de água da rede pública, um custo que será inteiramente suportado pela Águas de Gondomar”.

Segundo a Câmara de Gondomar, nos quatro dias as chamas consumiram cerca de três mil hectares de terreno, apontando a contabilidade dos relatório de prejuízos indicados por particulares, empresas e domínio público ascendido aos 9,6 milhões de euros.

Os incêndios florestais que deflagraram em 15 de setembro e se prolongaram até dia 21, nos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Porto, Vila Real e Viseu, causaram nove mortos, entre os quais quatro bombeiros, e mais de 150 feridos.

Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, nesse período arderam em Portugal continental cerca de 135.000 hectares, dos quais mais de 116.000 no Norte e no Centro, concentrando a maior parte da área ardida em território nacional.

Várias aldeias tiveram de ser evacuadas, em operações que mobilizaram cinco mil bombeiros, dezenas de casas foram destruídas, culturas dizimadas e estabelecimentos comerciais consumidos pelas chamas.

Novembro 17, 2024 . 10:45

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