Valor da hasta pública dos cais dos moliceiros financia obras em Aveiro
A requalificação da Rua Clube dos Galitos e a construção de uma nova ponte rodoviária no Canal das Pirâmides são duas das obras que serão financiadas com a receita arrecadada pela Câmara de Aveiro com a recente hasta pública para a exploração turística de dez cais de atracação nos canais urbanos da ria.
Na última reunião da vereação camarária foi dado conhecimento da ata de arrematação da hasta pública, que rendeu 9,6 milhões de euros aos cofres da autarquia. No comunicado referente a essa reunião, a edilidade deu novamente conta de que os valores obtidos serão investidos num conjunto de empreitadas na cidade, entre elas a reabilitação das comportas do Canal de São Roque e a construção do novo lago no topo deste braço da ria. A qualificação das pontes pedonais, o aumento da cota do sistema de eclusas e comportas e a manutenção e limpeza de fundos e pinturas dos muros dos canais e trapiches também fazem parte da lista, assim como a construção de uma nova ponte rodoviária no Canal das Pirâmides.
O pacote de investimentos incide também na Rua Clube dos Galitos, que voltará a entrar em obras após os trabalhos efetuados em 2019. Na altura, a câmara investiu 67 mil euros em melhoramentos que incluíram uma nova conduta de abastecimento de água e a repavimentação da via.
Em agosto de 2023, a edilidade presidida por Ribau Esteves adjudicou ao gabinete ARX Portugal Arquitectos a elaboração do projeto de execução da requalificação do espaço público entre a Rua Clube dos Galitos, a ponte da Dobadoura e a Rua do Alavário, no centro da cidade. Aquela empresa foi responsável pelo desenho do renovado Largo do Rossio.
Na última reunião do executivo municipal, Ribau Esteves justificou os valores obtidos na hasta pública, quase o dobro do montante arrecadado cinco anos antes, com a «enorme valorização da cidade em termos turísticos». «Hoje tudo vale mais», afirmou o autarca da coligação PSD/CDS, sustentando que os passeios de moliceiro nos canais urbanos são uma «bandeira do território» em termos turísticos e ambientais, dado que a motorização das embarcações tem obrigatoriamente de ser elétrica até ao final de 2025.
As atuais licenças dos operados marítimo-turísticos caducam a 31 de dezembro, sendo que as novas terão a validade de cinco anos.