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Museus e Monumentos de Portugal preocupada com fecho de museus face a aumento de turismo

Alexandre Pais realçou que o facto de o Turismo de Portugal pretender focar-se na Cultura é fonte de preocupação para a empresa pública

O presidente da Museus e Monumentos de Portugal mostrou-se hoje preocupado com o facto de vários equipamentos tutelados pela empresa pública em Lisboa estarem fechados para obras em 2025, coincidindo com uma campanha turística focada no património.

Numa audição da Assembleia Municipal de Lisboa no âmbito da elaboração do relatório “Cidade Menos Visitada”, o presidente da Museus e Monumentos de Portugal (MMP), Alexandre Pais, deu conta de que em 2025, além dos já encerrados Museu Nacional de Arqueologia, Museu Nacional do Traje e Museu Nacional da Música (que deverá abrir em Mafra no próximo ano), vão também estar encerrados, pelo menos em parte do ano, o Museu Nacional do Teatro e da Dança, o Museu Nacional de Arte Antiga e o Museu Nacional do Azulejo, para obras de reabilitação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Neste contexto, Alexandre Pais realçou que o facto de o Turismo de Portugal pretender focar-se na Cultura, nas suas várias vertentes, para atrair visitantes já a partir de 2025, é fonte de preocupação para a empresa pública, e alertou para a necessidade de haver diálogo entre parceiros.

Estamos muito preocupados, ainda que a campanha comece para o ano, para o ano vamos ter muitos equipamentos fechados”, afirmou, assinalando, em resposta aos deputados municipais de Lisboa, que não há “nenhuma estratégia, neste momento, concertada com o Turismo de Portugal para fazer face a esta questão”.

O presidente da MMP sublinhou que “o panorama para o ano não é muito animador em relação aos equipamentos [sob alçada da empresa]”, pelo que estão “a tentar traçar aqui estratégias de comunicação que permitam levar pessoas a outros locais para tentar suprir esta questão”.

Face à opção de procurar cativar turistas pelo lado cultural, Alexandre Pais disse: “Quando nós já temos espaços completamente no limite da sua capacidade, como é o caso do [Mosteiro dos] Jerónimos, que é de facto um caso muito preocupante, a Torre de Belém e mesmo o Azulejo, que estão a ultrapassar a sua capacidade, nós temos de ter aqui uma alternativa”.

Alexandre Pais, em funções há cerca de seis meses, saudou o convite para participar nesta discussão, em sede da Assembleia Municipal de Lisboa, e mostrou-se disponível para dialogar com mais parceiros: “Porque a solução não está só connosco, tem de ser muito mais vasta e temos de ter parceiros para conseguir resolver”.

Nesse sentido, o presidente da MMP afirmou que estão a explorar várias ideias, em particular no período de inverno, para poder implementar em pleno no próximo verão, desde a distribuição de visitantes, em espaços como o Mosteiro dos Jerónimos, por ‘slots’ ao longo do dia, à sugestão de ter transportes públicos voltados para a circulação entre equipamentos culturais mais espalhados pela cidade.

O responsável da empresa pública, antigo diretor do Museu Nacional do Azulejo, disse que há vários museus com menos aproveitamento do que poderiam ter, desde o Museu do Chiado, em particular pela localização que tem, ao Museu Nacional de Etnologia, que poderá vir a criar sinergias com o Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro, até mesmo na lógica de poder levar visitantes àquela região transmontana.

Estamos numa fase de encontrar estratégias”, frisou Alexandre Pais, que salientou a ideia de que não há turistas a mais, estão é mal distribuídos, sendo necessário encontrar soluções para levar a cabo essa distribuição, quando a perspetiva de um novo aeroporto será a de atrair até Portugal mais do dobro de visitantes da atualidade.

Os museus, monumentos e palácios, desde janeiro sob a gestão da MMP, receberam 5.157.360 visitantes em 2023, segundo dados da empresa pública divulgados em agosto.

Novembro 20, 2024 . 13:46

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