Promoção de atividade física combate hábitos de vida
No âmbito do projeto “Alinha-te e Cresce”, dinamizado pelo Agrupamento de Escolas José Estevão, em Aveiro, no início do ano letivo, o mesmo estabelecimento acolheu, na tarde de ontem, a primeira sessão de treinos funcionais abertos à comunidade e acessíveis a todas idades e patologias. Orientada por Nuno Troia, professor de educação física, e alunos do 2.º ano do Curso Profissional de Desporto, a iniciativa visa «promover a prática de exercício físico e incentivar a sociedade para um estilo de vida saudável», referiu o responsável.
A génese deste projeto remonta aos períodos em que «os alunos de desporto visitavam outras turmas para reforçarem o papel da atividade física», que resultou na extração de maus hábitos, nomeadamente as «posturas inadequadas», divulgou o professor. Sendo assim, valorizar o bem-estar físico e mental «passou a ser uma necessidade», dando origem a esta iniciativa, com a abertura de portas a toda a comunidade, inclusive «professores e auxiliares de ação educativa», todas as terça-feiras, das 16 às 16.45 horas.
De acordo com Nuno Troia, atualmente, «cerca de 70 porcento da população não pratica atividade física», o que revela «dados dramáticos», na qualidade vida. Um dos exemplos é o tempo médio de espera nas urgências, que indica «a elevada quantidade de utentes que procuram ajuda médica», necessidade que podia ser evitada «se o desporto fosse regular», assegurou o docente.
Nesta sequência, os estabelecimentos de ensino são a principal ferramenta na estimulação da capacidade cognitiva e aplicação de atividades promotoras da saúde mental, com recurso ao exercício físico. Por isso, «a proibição de telemóveis nas escolas é cada vez mais importante», proferiu Nuno Troia, frisando que as más posturas estão em grande parte associadas ao uso dos dispositivos.
Sem expetativas para a estreia das sessões de treino funcional, o dinamizador acreditou que «não fosse aparecer nenhuma pessoa», mas estava enganado. Com o conhecimento do Diário de Aveiro, Isaías Almeida, de 73 anos, quis experimentar a aula de 45 minutos.
Habituado a fazer desporto com frequência, como bicicleta de estrada e aulas de grupo no ginásio, o aveirense, «não estava à espera que a sessão fosse tão intensa», até porque «não escolhi a roupa mais adequada». Depois de perceber a envergadura do projeto e a importância que assume, o desportista confirmou a sua presença nas próximas terças-feiras, de modo a manter a iniciativa viva, uma vez que «continuam a existir poucas pessoas a praticar exercício físico», disse.
A estes dados, o aveirense garantiu que as autarquias «não criam e promovem as vezes suficientes, o acesso a oportunidades e programas para integrar a população na prática de exercício físico». Todavia, ainda perante a sua ótica, o Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, implementado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), «continua sem fomentar um estilo de vida fisicamente ativo», o que responde aos números atuais da população que pratica desporto regularmente.