Rússia refuta acusações de sabotagem de cabos de telecomunicações
A presidência russa, Kremlin, descreveu hoje como risível e absurdo acusar a Rússia de ter danificado dois cabos de telecomunicações no Mar Báltico nos últimos dias.
“Isto é ridículo, dada a falta de reação às atividades de sabotagem da Ucrânia no Mar Báltico”, ironizou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, referindo-se à sabotagem dos gasodutos Nord Stream em 2022, que Moscovo atribuiu a Kiev.
A Ucrânia sempre negou qualquer envolvimento no caso dos gasodutos, mas a justiça alemã emitiu um mandado de captura europeu para um instrutor de mergulho ucraniano suspeito de envolvimento na sabotagem.
O envolvimento do Estado ucraniano não foi confirmado até agora pelas múltiplas investigações em curso.
Referindo-se aos dois cabos de telecomunicações danificados em 48 horas no Mar Báltico, Peskov afirmou que “é absurdo continuar a acusar a Rússia de tudo, sem qualquer fundamento”.
O “C-Lion1”, um cabo submarino de 1.172 quilómetros que liga a capital finlandesa Helsínquia a Rostock, um porto do Mar Báltico no nordeste da Alemanha, foi rompido na segunda-feira, de acordo com o grupo tecnológico finlandês Cinia.
No domingo de manhã, outro cabo de telecomunicações, o “Arelion”, que liga a ilha sueca de Gotland à Lituânia, foi igualmente danificado.
Os europeus não hesitaram em voltar a atenção para a Rússia, que, segundo têm afirmado, está a travar “uma guerra híbrida”, no quadro da ofensiva de Moscovo na Ucrânia.
As autoridades ucranianas têm contado com apoio financeiro e militar da União Europeia (UE), além de outros aliados ocidentais como os Estados Unidos e o Reino Unido, para suster a ofensiva russa iniciada em fevereiro de 2022.
Perante os novos incidentes no Mar Báltico, onde as tensões aumentam desde 2022, a Suécia anunciou na terça-feira a abertura de um inquérito sobre sabotagem do cabo submarino, com o apoio da Alemanha.
A polícia finlandesa também abriu um inquérito.
“Situações deste género devem ser avaliadas à luz da ameaça crescente que a Rússia representa na nossa vizinhança”, afirmaram os ministros da Defesa sueco e lituano.
Segundo meios de comunicação social finlandeses e suecos, o navio chinês “Yi Peng 3”, que deixou o Báltico na madrugada de terça-feira, depois de passar por um porto russo, pode ter estado envolvido nos dois incidentes.