Anfíbios e os répteis são as estrelas do novo guia do BioRia
A Biblioteca Municipal de Estarreja vai receber, na próxima segunda-feira, às 21 horas, a apresentação pública do Guia de Anfíbios e Répteis, que o BioRia, projeto ambiental da Câmara Municipal de Estarreja, vai lançar este mês, em colaboração com a Universidade de Aveiro (UA). Este é o terceiro guia do BioRia, que visa identificar as espécies que ocorrem na região, mas também desmistificar crenças negativas associadas a estes animais. Entre as espécies mencionadas encontram-se o tritão-de-ventre-laranja e a salamandra-lusitânica, anfíbios ameaçados e endémicos (exclusivos) da Península Ibérica, ou seja, não podem ser observados em mais nenhum país do mundo, para além de Portugal e Espanha.
Nesta apresentação vão estar presentes os autores Ivo Santos, Alexandre Azevedo, Fernando Correia e Victor Bandeira, que somaram horas de trabalho no terreno para trazer este livro à luz do dia. Segundo estes, houve um encontro inesperado com a salamandra-de-costelas-salientes, uma espécie difícil de encontrar e muito rara na região, mas o objetivo passa por «querermos abrir uma pequena janela para que todos vivam um pouco do que nós vivemos, e sejam contagiados como nós fomos, para que juntos trabalhemos para um futuro melhor, preservando estes maravilhosos animais e os seus habitats», afirmaram.
De acordo com Diamantino Sabina, presidente da autarquia local, o «projeto BioRia tem sido um marco significativo para a nossa região, não apenas na promoção do município de Estarreja como um destino turístico de natureza, mas também na contribuição para a conservação da nossa fauna local». Com a colaboração de vários especialistas da UA, este guia convida à descoberta dos répteis e anfíbios e da diversidade da fauna da região do Baixo Vouga Lagunar, que «têm um impacto significativo na sustentabilidade dos ecossistemas e no equilíbrio ecológico», assegurou Paulo Jorge Ferreira, reitor da instituição.
Ainda nesta sequência, estes animais «são fundamentais no equilíbrio das cadeias alimentares», referiu o reitor, salientando a atuação como «polinizadores e dispersores de sementes, contribuindo para a reprodução e diversidade das plantas, e intervêm na reciclagem de nutrientes no solo, tornando-os disponíveis para outros organismos». A sua biologia única, «incluindo a capacidade de metamorfose e a pele permeável, têm contribuído para importantes avanços nas áreas do ambiente e da saúde», completou Paulo Jorge Ferreira.