Estarreja obteve 136 milhões de euros aprovados no PRR
O município de Estarreja surge entre os grandes beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um total de 136 milhões de euros aprovados até setembro de 2024, ocupando uma posição de destaque entre os concelhos de média dimensão em Portugal. Segundo dados divulgados pelo jornal ECO e analisados pela Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do PRR, Estarreja está entre os concelhos com maior compromisso de verbas na faixa de municípios com populações entre 20 mil e 100 mil habitantes.
Estarreja ocupa o quarto lugar no “ranking” nacional, atrás apenas de Aveiro (240 milhões de euros), Vila Real (152 milhões) e Águeda (148 milhões). O município destaca-se ainda entre outros concelhos como Faro, Viana do Castelo e Figueira da Foz, com 121 milhões, 117 milhões e 117 milhões de euros, respetivamente.
De acordo com a CNA, os investimentos no PRR em Estarreja estão particularmente focados na inovação, na produção fabril e na implementação de novas tecnologias sustentáveis. A descarbonização e a capitalização empresarial também são áreas com forte presença, assim como a habitação e os equipamentos de saúde. O presidente da Câmara Municipal de Estarreja, Diamantino Sabina, afirmou que o município está a aplicar as verbas do PRR «onde deve e para o que deve ser usado», com ênfase em áreas de inovação e sustentabilidade.
Aveiro acima da média
Além disso, Estarreja beneficia de um valor “per capita” superior à média nacional no que diz respeito ao PRR. Na Região de Aveiro, cada habitante recebe em média 2.092 euros do plano de recuperação, um valor consideravelmente superior à média nacional, que é de 1.179 euros. Este dado coloca a região aveirense como a mais favorecida em termos de financiamento “per capita”, à frente de Coimbra e Douro.
Na região de Aveiro, que abrange 11 concelhos e cerca de 370 mil habitantes, foram aprovadas 8.665 candidaturas até agosto de 2024, com destaque para o setor industrial, nomeadamente a indústria de bicicletas e motocicletas, cerâmica e química. O polo universitário da Universidade de Aveiro também se distingue como um dos maiores captadores de recursos do PRR na região, destacando-se com projetos como a construção de residências estudantis e a participação em programas de inovação.
Em termos de distribuição de investimentos, a inovação e a capitalização empresarial representam a maior fatia, com 49 por cento do total, seguidas da descarbonização da indústria (14 por cento) e da construção de infraestruturas e qualificação de competências, com nove por cento cada.
Com 136 milhões de euros comprometidos até setembro, Estarreja segue como um exemplo de aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo PRR, não só na promoção da inovação e sustentabilidade, mas também no apoio à habitação e à saúde.