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Fármacos de ação prolongada revolucionam progressão do VIH

À frente da prevenção e tratamento de infeções no Centro Hospitalar do Baixo Vouga há cerca de 17 anos, Jorge Velez assegura que novos casos de VIH estão a decrescer. O acesso e a melhoria a cuidados de saúde são os agentes primordiais desta mudança

Diário de Aveiro: Em junho do ano passado, foram notificados 804 casos de infeção por VIH com diagnóstico em 2022, no entanto, registou-se uma redução no número de novos casos de infeção por VIH/SIDA em Portugal. O que tem contribuído para esta mu­dança?
Jorge Velez: A diminuição dos novos casos de infeção por VIH/SIDA não é uma nova tendência, verificando-se sensivelmente desde o ano 2000, através de um conjunto de diferentes situações. Com o passar dos anos, apesar das várias convulsões no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o acesso e qualidade dos cuidados de saú­de têm melhorado e aumentado.
No que refere a esta doença, há um acesso rápido, gratuito e universal à medicação adequada e, desse modo, promo­ve-se a diminuição da “carga” da doença na comunidade e, consequentemente, também a sua trans­missão.
Ainda que exista um marcado abrandamento nos últimos anos, também houve a contribuição de algumas campanhas de educação e sensibilização acerca de alguns pontos-chave (sobre a transmissão da doença, a sua prevenção e práticas seguras de sexo), a­ções de promoção do uso de preservativo, bem como a criação e divulgação de locais para testes rápidos para o VIH, de acesso fácil e gratuito. Igualmente, algumas políticas de redução de riscos, como os programas de troca de seringas, a criação de salas de consumos vigiado e o rastreio sistemático da infeção por VIH em grávidas, também certamente terão contribuído.
Mais recentemente, a disponibilização da profilaxia pré-exposição (PrEP), uma medicação que se toma para prevenir a aquisição da infeção, tem sido uma ferramenta altamen­te eficaz para prevenir novas infeções entre grupos de risco.
Por último, também uma mai­or consciencialização e redução do estigma certamente terão ajudado.
Uma relativamente maior educação e aumento da aceitação social das pessoas que vivem com VIH, pode ainda estar lon­ge do desejável, mas certamente que contribuíram para a adoção de práticas preventivas mais eficazes.

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Novembro 24, 2024 . 11:55

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