«Estamos bem» em impostos e casas

Por duas vezes, na mesma noi­te, o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, disse na assembleia municipal da passada sexta-feira que «estamos bem».
Sobre a habitação, «excetu­ando Lisboa e Porto, Aveiro é o município com mais habitação com renda acessível» e, por isso, «estamos bem». Logo a seguir, quanto ao pacote fiscal a aplicar em 2025 e sobre os impostos a aplicar, diz que há um «equilíbrio» entre as receitas conseguidas e a despesa.
Acontece que o orçamento foi votado antes do pacote fiscal. Os impostos sustentam o orçamento mas aquela ordem de votação é, para António Nabais, do PCP, «falta de respeito e de cultura democrática», mas o assunto não teve resposta.
Com sugestões da oposição para baixar impostos, o PSD «dispensa a irresponsabilidade, incompetência e incapacida­de» e o CDS mostrou preocupação pelo dinheiro que iria faltar para investimentos se a câmara municipal cobrasse menos. Mas o PS até «entende» as opções tomadas pela coligação PSD-CDS-PPM para a cobrança de imposto dado os valores em causa que teria de prescindir.
Sobre o peso dos impostos nos munícipes, Ribau Esteves disse que é uma questão do Governo. Se o IRS é «pesado demais sobre os rendimentos do trabalho», deve tratar do «desagravamento».