Exibição "auri-negra" ainda mais fria do que o tempo

São conhecidas as dificuldades que o Beira-Mar sente quando joga em “casa”, mas ainda assim perder por duas bolas a zero com o Guarda constitui um resultado que poucos (ou nenhuns) adeptos “auri-negros” poderiam antever. Mas aconteceu. E diga-se que, fazendo uma análise “fria” ao que se passou ontem no “Municipal” de Aveiro, o triunfo da formação serrana acaba por se justificar.
Se é verdade que foi para o intervalo a vencer com um golo marcado no único lance de futebol ofensivo que conseguiu ter ao longo de todo o primeiro tempo, na segunda parte, acabou por não ter grandes dificuldades em segurar a vantagem e, pasme-se, conseguir, mesmo, ampliar o marcador com a obtenção do segundo golo no último lance da partida.
O Beira-Mar, como tantas outras vezes em que anteriormente jogou em Aveiro, poder-se-á queixar de alguma falta de sorte na primeira parte, período em que, não tendo realizado uma exibição de “encher o olho”, não deixou de ser superior. Esperava-se, por isso, que essa superioridade fosse reforçada na etapa complementar, algo que, inexplicavelmente, não veio a acontecer.
Durante o intervalo foram apresentadas as equipas da secção de futsal do clube beiramarense e a Mordomia de São Gonçalinho aproveitou para divulgar as festas deste ano do santo padroeiro. Os segundos 45 minutos dos aveirense mostraram mesmo o pior Beira-Mar desta época. O treinador António Oliveira não perdeu tempo, fez entrar Bernardo Lourenço e o estreante Pedro Henrique (não fez esquecer o ausente Ivandro) no reatamento da partida, colocou mais dois avançados à passagem da meia hora (Didi regressou à competição e Carlos Silva rendeu Niang), mas foi percetível que se jogava muito mais com o coração do que com a cabeça.
À exceção de um bom remate ao poste de Didi (o Guarda, anteriormente, também enviou uma bola ao “ferro”), o Beira-Mar nunca conseguiu praticar um futebol esclarecido e capaz de colocar em perigo a baliza do adversário. A segunda derrota no campeonato deixa o Beira-Mar mais longe dos dois primeiros lugares que dão acesso à fase de subida (com a vitória do Salgueiros em Leça, ficou a seis pontos de distância) e, atenção, coloca-o com apenas mais quatro pontos do que a primeira equipa que está abaixo da “linha de agua”.