PS e Chega sensíveis à necessidade de travar demolição do Cineteatro
Os promotores da petição com 1.050 assinaturas contra a demolição do que resta do antigo Cineteatro de Ovar foram ouvidos em comissão parlamentar da Cultura e consideram que PS e Chega foram os partidos mais sensíveis à questão.
O abaixo-assinado criado por iniciativa da estrutura cívica e política Movimento 2030 quer evitar que, para construção de uma nova praça, a autarquia da Região de Aveiro, liderada pelo PSD, derrube o remanescente do imóvel modernista que aí foi inaugurado em 1944 e funcionou até aos anos 90 – após o que entrou num processo de degradação que culminou na derrocada de parte da fachada em 2016, levando a câmara a tomar posse administrativa do imóvel e a adquiri-lo por cerca de meio milhão de euros.
Consultada pelo ator e encenador Pedro Damião, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) defendeu que o teatro podia obter estatuto de proteção, mas o Instituto Património Cultural rejeitou este mês a hipótese de classificação nacional, com o argumento de que já não existe edificado suficiente para o efeito e que viável seria apenas a classificação de âmbito municipal – o que a Câmara de Ovar disse à Lusa não estar a considerar.
«Gostámos bastante de todas as intervenções merecidas à nossa petição, nomeadamente as palavras dos deputados Susana Correia, do PS, e Jorge Galveias, do partido Chega.
Demonstraram uma análise bastante aprofundada e conhecimento do terreno, pelo que houve um entendimento muito claro e próximo daquilo que defendemos: que a centralidade que o Cineteatro ocupa deve continuar onde está e que, para isso, devem cumprir-se todas as recomendações da CCDRC», analisou o ator após a audição de quinta-feira no parlamento.
Na audição, Pedro Damião apresentou a cronologia do caso e citou declarações públicas em que a câmara mostrava querer preservar o edifício, equacionando usos relacionados com as artes e com informação turística. O ator criticou, contudo, que a autarquia tenha mudado de ideias e anunciado a demolição integral do imóvel «sem debate político nem qualquer consulta pública».
Para continuar a ler este artigo
nosso assinante:
assinante: