Sonda espacial norte-americana será na terça-feira o objeto humano mais próximo do Sol
A sonda espacial norte-americana Parker Solar Probe estará na terça-feira, véspera de Natal, a uma distância da superfície do Sol que a tornará no objeto humano mais próximo da estrela do Sistema Solar.
Enviada para o espaço em agosto de 2018, a sonda estará na terça-feira a seis milhões de quilómetros da superfície do Sol, uma distância que lhe permitirá fazer medições sem precedentes próximo da coroa, a camada mais externa da atmosfera solar, que é mais quente do que a superfície e de onde são ejetadas partículas energéticas (chamadas de vento solar).
"Vai poder fazer medições desta região inigualáveis, medições sem precedentes e que têm o potencial de transformar a nossa compreensão do Sol", afirmou, citado pela agência noticiosa Efe, Cristian Ferradas, físico da agência espacial norte-americana (NASA), que opera a sonda.
Apesar de ter uma "temperatura muito elevada", a coroa solar "é muito ténue", permitindo que a sonda, protegida com um escudo térmico, "não derreta", ressalvou Ferradas.
A sonda fará até junho de 2025 novas aproximações à coroa solar, a uma velocidade que a tornará no engenho humano mais rápido.
A Parker Solar Probe vai chegar perto o suficiente do Sol para, segundo a NASA, captar a variação da velocidade do vento solar e observar o berço das partículas solares de maior energia.
Os cientistas querem perceber como a energia e o calor circulam através da coroa solar (constituída por plasma, gás ionizado formado a altas temperaturas) e estudar o que acelera o vento solar e as partículas energéticas.
Justificando a importância da missão, a NASA salienta que perturbações no vento solar agitam o campo magnético da Terra, que protege o planeta da radiação solar, e interferem com o clima espacial, que pode mudar a órbita dos satélites, encurtar a sua atividade e alterar o funcionamento de equipamentos eletrónicos a bordo e comunicações terrestres, assim como pôr em perigo a sobrevivência de astronautas.
A sonda homenageia na sua designação o astrofísico norte-americano Eugene Parker, que morreu em 2022, aos 94 anos.
Em 2018, Parker assistiu ao lançamento da sonda que se propõe observar mais a fundo o vento solar, conceito que o norte-americano criou.