Festa de São Gonçalinho inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural
O instituto público Património Cultural aprovou a inscrição da Festa de São Gonçalinho no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), informou hoje a Câmara de Aveiro.
Segundo uma nota camarária, a aprovação da candidatura da inscrição da Festa de S. Gonçalinho no INPCI foi comunicada formalmente à autarquia pelo Património Cultural na terça-feira.
“A efetivação do registo prossegue agora os devidos passos formais, que culminam com a publicação da decisão, nos próximos dias, em Diário da República”, refere a mesma nota.
O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, manifestou-se satisfeito com a decisão, realçando o simbolismo muito especial de acontecer no ano em que Aveiro é Capital Portuguesa da Cultura e a menos de um mês do início da Festa de São Gonçalinho de 2025.
“Como sempre tenho dito, a Cultura é uma área fundamental da ação da Câmara Municipal, que inclui diversas dimensões – tais como esta – de cuidar da herança e do património cultural, para que a história e a cultura Aveirense sejam valorizadas”, referiu o autarca, citado na mesma nota.
O processo de candidatura da Festa de São Gonçalinho a património imaterial foi iniciado, em 2019, pela Câmara de Aveiro, em estreita articulação com a Mordomia de São Gonçalinho e com a Paróquia da Vera Cruz.
As Festas em Honra de São Gonçalinho realizam-se anualmente no fim de semana mais próximo do dia 10 de janeiro, dia dedicado ao santo.
As gentes do bairro típico da Beira-Mar, na cidade de Aveiro, particularmente devotas a São Gonçalinho, velam pelas tradições associadas às festividades marcadas pelo lançamento de cavacas doces do alto da capela.
As cavacas são arremessadas por devotos em pagamento de promessas ao santo, agradecendo o seu poder de cura de doenças ósseas e a sua capacidade de resolver problemas conjugais e amorosos, e no largo da capela juntam-se multidões para apanhar as muitas toneladas do típico doce, que é atirado ao som do sino.
Outros rituais da festa realizam-se dentro da própria capela como a entrega do ramo e a “Dança dos Mancos”, um ritual pagão rodeado de algum secretismo.
Ao nível religioso, celebra-se missa solene na capela.