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Estudo estende gráfico da vida em quase 1,5 mil milhões de anos

De acordo com o trabalho, espécies antigas podem ter evoluído mais lentamente e durado mais, tendo o ritmo da evolução acelerado após períodos glaciares

Um estudo de cientistas da Virginia Tech estende o gráfico da vida em quase 1,5 mil milhões de anos, mapeando “a ascensão e queda da vida antiga muitas vezes”, indicou a instituição dos Estados Unidos.

Num comunicado, o Instituto Politécnico e Universidade Estatal da Virgínia refere que, de acordo com o trabalho, espécies antigas podem ter evoluído mais lentamente e durado mais, tendo o ritmo da evolução acelerado após períodos glaciares.

A análise liderada pelo paleobiólogo e geobiólogo Shuhai Xiao, professor na Virginia Tech, é divulgada na sexta-feira na revista científica Science.

Se “esqueletos fossilizados e conchas mostram claramente como a evolução e a extinção se desenrolaram ao longo dos últimos 500 milhões de anos”, o novo estudo alarga o gráfico da vida para “quase dois mil milhões de anos antes”, incluindo formas de vida do Éon (maior divisão da escala do tempo geológico) Proterozoico, de há 2.500 milhões a 539 milhões de anos.

Xiao e a sua equipa analisaram especificamente registos de eucariotas (organismos cujas células contém um núcleo) marinhas antigas.

As primeiras eucariotas evoluíram mais tarde para organismos multicelulares, aos quais se atribui o início de uma nova era para a vida na Terra, incluindo animais, plantas e fungos.

"Esta é a análise mais abrangente e atualizada deste período até ao momento", disse Xiao, que recentemente se tornou membro da Academia Nacional de Ciências, citado no comunicado.

"E, mais importante, usámos um programa de correlação gráfica que nos permitiu alcançar maior resolução temporal”.

O gráfico mostra os altos e baixos relativos nas contagens de espécies, dando informação aos cientistas sobre a origem, diversificação e extinção da vida antiga.

De acordo com a análise, as primeiras eucariotas surgiram há no máximo 1,8 mil milhões de anos e, “gradualmente, evoluíram para um nível estável de diversidade de há cerca de 1.450 milhões a 720 milhões de anos, período conhecido como os ‘mil milhões monótonos’, quando as taxas de rotatividade de espécies eram notavelmente baixas”.

Períodos glaciares extremos, designados de Bola de Neve, selaram “o planeta com gelo pelo menos duas vezes entre há 720 milhões e 635 milhões de anos” e, “quando o gelo derreteu, a atividade evolutiva aumentou”.

Segundo Xiao, as eras glaciares foram determinantes na redefinição do caminho evolutivo em termos de diversidade e dinâmica.

Vemos uma rápida rotatividade de espécies eucarióticas imediatamente após a glaciação. Esta é uma descoberta importante”, assinalou.

Porque é que a evolução eucariótica foi lenta durante o período dos ‘mil milhões monótonos’ e quais os fatores que contribuíram para o aumento do ritmo de evolução após as eras glaciares de Bola de Neve são questões levantadas pelo estudo, para as quais outros cientistas podem tentar encontrar respostas que permitam entender melhor a complexa interação da vida na Terra e a própria Terra.

O cientista Qing Tang, atualmente no Departamento de Ciências da Terra, da Universidade de Hong Kong, é o primeiro autor do estudo, no qual colaboraram os ex-alunos de pós-graduação Drew Muscente e Natalia Bykova, que trabalharam no laboratório de Xiao na última década, além de outros investigadores.

Dezembro 21, 2024 . 14:00

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