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Número de mortos no atropelamento de Magdeburgo sobe para quatro

O número de feridos, segundo a mesma fonte, ascende agora a 200, 41 dos quais em estado muito grave.

O número de mortos de um atropelamento num mercado de Natal em Magdeburgo (leste da Alemanha) aumentou para quatro, segundo informações dos meios de segurança, citados pela Primeira Estação de Televisão Alemã (ARD).

O número de feridos, segundo a mesma fonte, ascende agora a 200, 41 dos quais em estado muito grave.

Segundo a agência Efe, os motivos do crime ainda não são claros, mas, pelo que se sabe sobre o autor, o médico saudita Taleb A, parece estar excluída uma motivação islamista e os meios de comunicação social alemães apontam para uma motivação islamofóbica.

A vida de Taleb A, segundo meios de comunicação como a revista "Der Spiegel" e o diário "Frankfurter Rundchau", inclui o abandono da fé muçulmana e o ativismo a favor das mulheres sauditas.

É também descrita a sua declarada simpatia pela Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, e por teorias sobre um alegado plano para islamizar a Europa, concebido, segundo ele, pela ex-chanceler Angela Merkel.

Taleb A. chegou à Alemanha em 2006, como estudante, e obteve asilo em julho de 2016, depois de ter sido ameaçado de morte por se ter afastado do Islão.

Viveu e trabalhou como psiquiatra em Bernburg, uma pequena cidade de 32.000 habitantes, na margem do rio Saale, entre Magdeburg e Halle.

Como ativista, informava e aconselhava mulheres sauditas sobre as possibilidades de fugirem do seu país, e tinha uma página na 'internet' com informações sobre o sistema alemão de asilo.

Numa entrevista concedida ao Frankfurter Rundschau, em 2009, afirmou que muitas mulheres sauditas o procuraram, em busca de proteção, depois de terem sido violadas pelo homem de quem dependiam.

Nessa entrevista, afirmou que o sistema de asilo alemão era um caminho para a liberdade destas mulheres.

A partir de certa altura, o distanciamento em relação ao Islão transformou-se numa rejeição aberta da política migratória alemã.

Em novembro, publicou na sua conta na rede social X (antigo Twitter) uma mensagem com “quatro exigências da oposição saudita” e afirmou que a Alemanha tinha que proteger as suas fronteiras da migração ilegal.

Em seguida, acusou Merkel de ter um plano para islamizar a Europa com a sua política de fronteiras abertas.

Em outras publicações nas redes sociais, mostrou simpatia pela AfD, porque disse que era o único partido que lutava contra o Islão na Alemanha.

Taleb A. queria fundar, juntamente com a AfD, uma academia para ex-muçulmanos na Alemanha, de acordo com o “Der Spiegel”.

Há apenas uma semana, foi difundida uma entrevista sua, num blogue islamófobo dos Estados Unidos, na qual afirmava que o Estado alemão tinha uma operação secreta para perseguir ex-muçulmanos sauditas em todo o mundo e, ao mesmo tempo, concedia asilo a ‘jihadistas’ sírios.

Numa outra mensagem no X, que foi posteriormente apagada, anunciou vingança, segundo o diário “Die Welt”.

De acordo com o jornal local “Magdeburger Zeitung”, Taleb A esteve ausente do trabalho nas últimas semanas, devido a uma baixa médica.

Dezembro 21, 2024 . 11:27

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