Incluir através da gastronomia? Sim, é possível!
A associação Agora Aveiro criou o projeto “I Love Aveiro - Cooking for Solidarity” com o objetivo promover a inclusão social de imigrantes e refugiados, através da partilha de comida, receitas e tradições e Natasa Golosin, uma das fundadoras da associação, explicou ao Diário de Aveiro como a iniciativa “Cooking for Solidarity” nasceu da vontade e necessidade de promover a inclusão social de imigrantes e refugiados em Aveiro.
«A ideia surgiu ao reconhecermos a enorme diversidade cultural na nossa região, onde residem pessoas de quase 100 nacionalidades diferentes. Apesar disso, muitas vezes, essas comunidades enfrentam desafios de integração e sentimentos de isolamento. O projeto procura criar um espaço de partilha e convivência através da gastronomia, que é uma linguagem universal».
O valor do (bom) acolhimento
E recorda que há 16 anos, «eu era uma recém-chegada a Aveiro e procurava iniciativas semelhantes. Na altura, havia muito pouco, e foi por isso que decidi fundar a Agora Aveiro. Hoje, trabalhamos em torno de diferentes temas, mas a inclusão é o que está mais perto do meu coração». Celebrar essa diversidade cultural, promover o diálogo intercultural e fortalecer os laços entre comunidades locais e internacionais estão na base da associação e «através da gastronomia, das histórias e das tradições que partilhamos, queremos aproximar as pessoas, criar empatia e destacar o contributo positivo que as comunidades migrantes trazem para Aveiro. Além disso, o projeto incentiva a aprendizagem mútua, tanto sobre novos sabores como sobre as histórias de vida por detrás de cada prato, enquanto reforça o sentimento de pertença de quem escolheu Aveiro como a sua casa».
A seu ver, a comida tem uma capacidade única de aproximar as pessoas, «é algo que todos partilhamos e que, ao mesmo tempo, reflete a nossa identidade cultural. Quando nos sentamos à mesa ou cozinhamos em conjunto, estamos a criar um ambiente descontraído e acolhedor, onde as pessoas se sentem à vontade para partilhar histórias, tradições e experiências pessoais» e o “Cooking for Solidarity” tem vindo a mostrar isso mesmo. «Por exemplo, durante o workshop de culinária ucraniana, não foi apenas sobre aprender a fazer “varenyky” ou “borsch”, mas também sobre ouvir as histórias emocionantes da infância da Natalia e as tradições da sua família. Essa partilha transforma um simples prato em uma ponte de conexão humana. A comida é um veículo natural para conversas significativas e para o fortalecimento das relações interpessoais».
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