Manuel Heitor pede mais investimento para ciência
Manuel Heitor, antigo ministro da Ciência e Tecnologia e professor do Instituto Superior Técnico, apresentará no início do próximo ano, na Universidade de Aveiro (UA), o relatório de avaliação intercalar do Horizonte Europa, o principal programa de financiamento da investigação e inovação da União Europeia (UE) - a sessão está marcada para o dia 8 de janeiro no edifício da Reitoria, a partir das 16 horas.
O relatório, intitulado “Act, Align, Accelerate: Research, Technology and Innovation to boost European competitiveness”, contém 12 recomendações estratégicas para assegurar que o Horizonte Europa se mantenha competitivo e alinhado com os desafios globais emergentes, descreve a UA. Esta avaliação intercalar não só analisa o progresso do programa, mas também propõe uma agenda transformadora para os últimos anos (2025-2027), delineando as bases para o próximo Programa-Quadro (PQ10), a vigorar entre 2028 e 2034.
«Com uma visão orientada para a adaptação da Europa aos desafios globais, o relatório recomenda um aumento de orçamento para 220 mil milhões de euros no próximo programa-quadro. Estas mudanças são projetadas para atrair talentos e investigadores, fomentar a inovação disruptiva e assegurar avanços científicos e tecnológicos que impulsionem o futuro da Europa», refere a UA no comunicado de apresentação do evento.
Mais dinheiro
Manuel Heitor foi escolhido em 2023 como o novo coordenador de peritos do programa Horizonte Europa, vocacionado para a financiar a investigação e inovação na UE até 2027. Este programa dispõe de um bolo financeiro que totaliza 95.500 milhões de euros, tratando-se da terceira maior parte do orçamento da UE, logo após a política de coesão e a agricultura.
O relatório intercalar do Horizonte Europa foi apresentado pelo ex-governante português em Bruxelas no dia 16 de outubro. O líder do grupo de peritos advoga que a Europa deve canalizar mais dinheiro para a investigação e inovação e de as assumir como setores centrais da sua economia de forma a garantir o aumento da competitividade. Para a equipa responsável pelo relatório, o orçamento da UE para a investigação deve mais do que dobrar, devendo atingir os 220 mil milhões de euros para o próximo período.