Hospitais do Oeste pedem averiguação a falhas no reencaminhamento de doentes
A Unidade Local de Saúde (ULS) do Oeste pediu que sejam averiguadas as falhas do encaminhamento de doentes pela Linha SNS24 para a urgência pediátrica de Torres Vedras, em comunicado hoje divulgado.
A ULS Oeste, que gere os hospitais de Torres Vedras e de Caldas da Rainha, “reforça a necessidade de uma averiguação mais aprofundada, que possa vir identificar e justificar a falha de comunicação que terá originado que a informação introduzida na plataforma de dados mestres do SNS pela instituição no dia 23 de dezembro não tenha sido assumida pelo sistema”.
A instituição esclareceu que, no dia 23 de dezembro, “foi carregada a informação na plataforma de Sistema de Dados Mestre relativa aos períodos de funcionamento” da urgência pediátrica de Torres Vedras.
A ULS Oeste está também a “identificar que procedimentos terão de ser melhorados, por forma a assegurar uma correta instrução do procedimento de comunicação dos períodos de funcionamento dos serviços de urgência nas plataformas oficiais”.
Lamentando os incómodos causados, a instituição sublinhou que “importa apurar o que motivou a falha de comunicação”.
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde disse hoje ser “muito urgente” conhecer os resultados da auditoria à Linha SNS24 para corrigir situações de demora no atendimento ou encaminhamento errado dos utentes.
“É muito urgente saber o que se passou para resolver, para não se repetir”, afirmou António Gandra de Almeida, em declarações aos jornalistas, prometendo que as auditorias serão rápidas.
Na quinta-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse estar em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, nomeadamente num caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada, divulgado pela SIC, ou de queixas de utentes em Loures, divulgados pela RTP, de que na manhã de quinta tinham estado uma hora a ligar para a linha SNS24 sem sucesso.
O diretor executivo do SNS, referindo-se àqueles casos, admitiu que “algo correu mal”, frisando ser necessário “encontrar a solução para que não se repitam”.
“Para isso, precisamos da conclusão do que se passou”, acentuou, indicando não ter ainda conhecimento dos resultados da auditoria interna anunciada pela ministra.
Na quinta-feira, a ministra da Saúde admitiu que terá havido uma falha de comunicação entre o hospital e a linha SNS24.
Segundo a SIC Noticias, uma criança de cinco anos do Ameal, no concelho de Torres Vedras, foi encaminhada para o serviço de urgências pediátricas do Hospital de Torres Vedras, que a mãe tinha visto na página da ULS Oeste que estava encerrado.
Da linha, que segundo a mãe da criança demorou hora e meia a atender, insistiram que as urgências pediátricas estavam abertas e que levasse o filho o quanto antes para ser observado.
A mãe da criança, Vanda Almeida, adianta a Sic Noticias, decidiu então procurar assistência noutro hospital, sendo que o mais próximo era o das Caldas da Rainha, a 40 quilómetros de casa, e quando a criança foi finalmente observada, a pediatra confirmou que as dores eram provocadas por uma otite e uma inflamação na garganta.