Município acorda com o Governo a construção do novo tribunal
A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira anunciou que chegou a acordo com o Governo para a construção de um tribunal na localização daquele que, em 2008, foi encerrado por riscos de segurança.
O presidente do executivo, Amadeu Albergaria, revelou à Lusa que será feito um projeto para a construção de «um novo tribunal no mesmo local do anterior», sublinhando que o assunto era «prioritário» para o executivo local e informando que, «logo no primeiro mês de 2025», serão dados «passos concretos com vista à sua concretização».
Em janeiro, vai ser assinado o contrato administrativo de colaboração e delegação de competências com vista à elaboração do projeto de arquitetura que permitirá reinstalar, no novo edifício, os Juízos de Santa Maria da Feira, assim como outros serviços da Justiça.
«O município ficará responsável por apresentar uma solução de reabilitação e ampliação do edifício atual ou uma proposta de demolição e construção de um novo imóvel, consoante o que considere mais viável e adequado», adiantou.
Antes disso, o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça terá que fornecer à câmara um estudo base que identifique todos os requisitos construtivos exigidos para o correto funcionamento do tribunal. A despesa nesta fase do processo será suportada pelo Ministério da Justiça: os encargos com o projeto não poderão ultrapassar os 660 mil euros (ao que acresce 23 por cento de IVA) - desse montante, 490 mil euros estão afetos à elaboração do documento e 170 mil à sua revisão.
«O novo edifício, situado numa localização privilegiada no centro de Santa Maria da Feira, vai resolver a necessidade premente de instalações mais adequadas e dignas para todos os profissionais de justiça, e também revitalizará um ponto central na vida urbana da nossa cidade», sublinhou Amadeu Albergaria.
O edifício de 1991 do Tribunal de Santa Maria da Feira, da autoria do arquiteto Alfredo Viana de Lima, foi fechado em 2008 por ordem do Ministério da Justiça que, na época, atribuiu a decisão a deficiências estruturais graves.
A solução encontrada para substituir esses serviços foi alugar um prédio de habitação contíguo cuja renda mensal era na ordem dos 50 mil euros e, entretanto, após vistorias que, em 2014, deram o antigo tribunal como tendo sido sempre seguro, ele reabriu parcialmente em 2020 e o Estado continuou a pagar pelo seu substituto, que nessa altura já rondava os 700 mil euros anuais, o que, ao fim de 16 anos, representará cerca de 11 milhões de euros.