Morreu Raul Almeida, presidente do Turismo do Centro
Raul Almeida, que era desde o ano passado presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP), instituição que tem a sua sede em Aveiro, morreu ontem, vítima de doença oncológica. Tinha 53 anos.
O antigo presidente da Câmara Municipal de Mira, no distrito de Coimbra, que se encontrava internado numa unidade hospitalar em Espanha, sucedeu no cargo a Pedro Machado, atual secretário de Estado do Turismo. Em 2023, Raul Almeida fora eleito sem oposição para o mandato que termina em 2028.
O atual presidente da Câmara de Mira, Artur Fresco, afirmou à agência Lusa que a morte de Raul Almeida «foi súbita e inesperada», apesar da doença de que padecia, razão pela qual se tinha deslocado a Espanha para prosseguir um tratamento, agendado para ontem e que já não foi realizado. Ainda segundo Artur Fresco, Raul Almeida passou o Natal em Mira e deslocou-se para uma clínica em Espanha, onde já tinha sido submetido a tratamento este mês e onde tinha ontem outro tratamento agendado.
«Éramos amigos antes das lides políticas. É difícil, numa situação desta, expressar o que sinto, uma imensa tristeza. É uma perda enorme, da pessoa e do político, foi um excelente presidente da Câmara de Mira, deixa muita obra feita», vincou.
Nascido em Moçambique, em março de 1971, e residente na freguesia da Praia de Mira, Raul Almeida foi eleito presidente da Câmara de Mira pelo PSD, em 2013, e reeleito em 2017 e 2021, exercendo funções até tomar posse como presidente da Turismo Centro de Portugal, em 2023.
Na sequência da morte do antigo presidente da câmara, o executivo municipal de Mira reuniu ontem, extraordinariamente, para decretar um período de luto municipal.
Raul Almeida nasceu em Moçambique e passou a infância e juventude em Vagos, mas mudou-se depois para Mira. Licenciado em Direito aos 24 anos, pela Universidade Lusíada, do Porto, Raul Almeida exerceu advocacia, dedicando-se, já integrado numa sociedade de advogados, em Lisboa, ao domínio do Direito Informático. Politicamente, aos 28 anos foi mandatário da campanha de Mário Maduro à Câmara de Mira e, em 2005, com 33 anos, candidatou-se à assembleia municipal. Em 2013, concorreu à presidência da câmara.
No ano passado anunciou a candidatura ao Turismo do Centro nas eleições de julho. «Depois de ouvir muitas pessoas ligadas à área do turismo e muitos autarcas, de me ter sido lançado o desafio e depois de uma reflexão, decidi avançar», disse na altura.
O Turismo do Centro abrange as regiões da Beira Baixa, Coimbra, Leiria, Médio Tejo, Oeste, Ria de Aveiro, Serra da Estrela e Viseu Dão Lafões, num total de 100 concelhos. A sua sede é em Aveiro.
«Homem e dirigente exemplar»
Em comunicado emitido ao final da tarde, o Turismo do Centro expressou «enorme pesar» pela morte do seu presidente. «Raul Almeida foi um homem e um dirigente exemplar, que contribuiu de forma ímpar para o engrandecimento da região Centro de Portugal, em todas as áreas em que pautou o seu trajeto pessoal e profissional. Nos últimos 15 meses abraçou, com enorme entusiasmo e capacidade de trabalho, o desafio de liderar esta Entidade Regional. O seu desaparecimento tão prematuro é uma perda irreparável a todos os níveis. Mais do que um líder, é um amigo que vemos partir», lê-se na nota de imprensa da instituição. As informação sobre as cerimónias fúnebres ainda não são conhecidas.
«O Raul era, verdadeiramente, uma força da natureza»
O secretário do Estado do Turismo, Pedro Machado, assinalou, ontem, um «enorme sentimento de perda» face à morte de Raul Almeida, lembrando a «força da natureza» que o presidente da Turismo Centro
de Portugal (TCP) constituía. Em declarações à agência Lusa, Pedro Machado deixou condolências à família, mulher e filhos de Raul Almeida, seu sucessor na presidência da TCP, «por esta vida perdida tão precocemente de um jovem, que
era também um amigo».
«Foi meu sucessor e alguém que soube interpretar bem aquilo que eram os valores da Turismo do Centro de Portugal, a que, também, manifesto os meus sentimentos pela perda do seu presidente», afirmou
o governante.
«O Raul era, verdadeiramente, uma força da natureza. Porque mesmo nesta adversidade maior, que infelizmente veio a ganhar-lhe esta corrida final, tinha sempre uma capacidade, uma impulsividade, uma emotividade nas coisas que fazia, era alguém que não desistia», argumentou
Pedro Machado.
«Provou ser, de facto, alguém que olha para a vida, que olha para os problemas e para as dificuldades, sempre como uma fase que pode ser, e deve ser ultrapassada», expressou o secretário
de Estado do Turismo.
«E isso é um exemplo que fica, para os seus filhos, para os amigos, para quem, como eu, o conheceu bem: alguém que chega adulto à causa pública, mas olha para a causa publica, não na perspetiva de alguma acomodação, mas, antes pelo contrário, sempre na expectativa e na tentativa de poder fazer melhor», notou Pedro
Machado.
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