Ontem foram doadas as últimas gotas de sangue de 2024
Gonçalo tem a senha número 16 e o cartão de dador pousados no tampo da mesa enquanto preenche o formulário que lhe permitirá participar na dádiva de sangue que a Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro (ADASCA) está a promover no Mercado de Santiago. É a última recolha de 2024 - foram 106 no total do ano, já com esta.
O jovem madeirense, de 25 anos, nascido no Porto Santo, mas radicado em Aveiro há vários anos, é um dador recente. «Este é o meu primeiro ano», conta. Esta será a terceira vez que se irá estender na marquesa para que o sangue lhe seja sugado da veia. «Das outras vezes correu sempre bem», relata. «É uma causa nobre e é uma forma de contribuir para a comunidade», explica.
Gonçalo é uma das quase quatro mil pessoas que ao longo deste ano se inscreveram nas recolhas de sangue organizadas pela associação aveirense, que tem a sua sede no mercado municipal. Joaquim Carlos, o presidente, assegura que nos últimos três anos o número de dadores tem vindo a aumentar.
Nesta sessão, a adesão é grande logo desde a abertura de portas - quando chego, pouco depois das 9 horas, há já mais de dez pessoas sentadas à espera da sua vez. Manuel, de 57 anos, é uma delas. «Vim de Vagos de propósito», conta. Este motorista de pesados é um dador habitual. «Já lá vão uns anitos desde que comecei. Talvez umas duas décadas», contabiliza. «Ainda sou do tempo», comenta, «em que os dadores não tinham nenhumas regalias» - hoje têm direito à isenção das taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde ou ao seguro do dador, entre outras. «É importante ajudar», resume.
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