Taiwan sofreu média de 2,4 milhões de ataques cibernéticos por dia em 2024

Taiwan sofreu uma média de 2,4 milhões de ataques cibernéticos diários em 2024, quase o dobro do registado em 2023, indicou hoje o Gabinete de Segurança Nacional (NSB) taiwanês, que atribui a maioria dos casos à China.
O NSB denunciou que a “força cibernética” da China entrou “de forma repetida” no ciberespaço de Taiwan, para “roubar dados e efetuar intrusões”, empregando uma série de técnicas que se tornaram “cada vez mais sofisticadas”, lê-se num relatório do organismo.
“Através da aplicação de várias técnicas de pirataria informática, a China realizou operações de reconhecimento, preparou emboscadas cibernéticas e roubou dados através de operações de pirataria informática dirigidas ao Governo, a instituições financeiras e às principais empresas privadas de Taiwan”, refere-se no documento.
Ainda segundo o relatório, as agências governamentais e o setor privado da ilha sofreram 906 ciberataques no ano passado, mais 20% do que em 2023, enquanto as incursões chinesas contra os setores das telecomunicações, transportes e defesa cresceram 650%, 70% e 57%, respetivamente, em 2024, face ao ano anterior.
“Os ataques a estes três campos têm as taxas de crescimento mais significativas, demonstrando que são as áreas-chave dos alvos de ciberataques da China”, notou o NSB, referindo que muitas destas intrusões "foram detetadas e bloqueadas de forma eficaz".
Num outro relatório divulgado há dois dias, o NSB acusou a China de ter realizado mais de dois milhões de atos "de desinformação" contra Taiwan em 2024, como parte de “estratégias híbridas” levadas a cabo pelo Partido Comunista da China para “minar a confiança do público no Governo” de Taiwan e “exacerbar as divisões sociais” na ilha.
Nos últimos anos, Taipé denunciou um aumento das táticas de “zona cinzenta” chinesas, incluindo o envio de balões de ar quente para além da linha média do Estreito de Taiwan, a proliferação de notícias falsas e a pirataria informática de informações sensíveis.
Taiwan, para onde o exército nacionalista chinês se retirou após ser derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil (1927-1949), é governado autonomamente desde o fim do conflito, embora Pequim reivindique a soberania da ilha.