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Infarmed inicia auditorias e inspeções ao circuito dos medicamentos antidiabéticos

Em causa está a disponibilidade dos fármacos antidiabéticos, onde se inclui o injetável Ozempic

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) iniciou este mês um “processo alargado” de auditorias e inspeções a todo o circuito de alguns fármacos para a diabetes, tendo em conta a sua escassez no mercado.

Em comunicado, o regulador nacional justificou hoje a decisão com a análise dos dados de utilização disponíveis no final de 2024, adiantando que as auditorias vão incidir sobre todo o circuito do medicamento, desde o fabricante e titular de autorização de introdução no mercado, aos distribuidores, farmácias e sistema de saúde.

Em causa está a disponibilidade dos fármacos antidiabéticos, caso dos agonistas dos recetores GLP-1 (semaglutido, dulaglutido, liraglutido e exenatido), onde se inclui o injetável Ozempic, desenvolvido para tratar a diabetes tipo 2, mas que está também a ser usado para combater a obesidade e para estimular a perda de peso, mesmo em pessoas que não são obesas.

O Infarmed tem monitorizado essa disponibilidade, tendo em conta a “escassez no mercado global destes e de outros fármacos do mesmo grupo terapêutico”, salienta ainda o comunicado, ao adiantar que tem igualmente desenvolvido um processo semelhante no que se refere ao acesso aos sensores de medição de glicemia.

Toda esta atividade de monitorização é também feita em coordenação com as ações da Agência Europeia de Medicamentos e com as autoridades congéneres do Infarmed nos demais Estados-membros da União Europeia”, avançou ainda o regulador.

Estes medicamentos são comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde apenas quando prescritos para a gestão e controlo da 'diabetes mellitus'.

Um alerta no sistema de prescrição eletrónica indica ao médico a necessidade de confirmar a prescrição para as indicações especificamente financiadas pelo SNS, as únicas situações em que o medicamento é comparticipado.

Quando é prescrito para outras indicações, como para a obesidade, não é elegível para a comparticipação pelo SNS.

O Ozempic tem como substância ativa o semaglutido, que é usado no tratamento da diabetes tipo 2, pois ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue, reduzindo o risco de complicações cardiovasculares.

O fármaco revelou-se também eficaz na perda de peso em adultos obesos ou com excesso de peso com problemas de saúde associados, uma vez que suprime o apetite, o que levou a uma grande procura em vários países, incluindo Portugal.

Segundo os últimos dados da monitorização do Infarmed à despesa com medicamentos em ambulatório, de janeiro a outubro de 2024, os antidiabéticos foram a classe terapêutica que representou o maior encargo para o SNS, com cerca de 342 milhões de euros, mais cerca de 35 milhões do que no mesmo período do ano anterior.

Já a substância ativa semaglutido (medicamento Ozempic), que é comparticipado para a diabetes desde maio de 2021, custou ao SNS 33 milhões de euros no mesmo período de 2024, um aumento de 2,1 milhões face aos primeiros dez meses de 2023.

Janeiro 17, 2025 . 17:32

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