Sindicatos dos bombeiros sapadores vão analisar última proposta do Governo
A primeira reunião entre o Governo e alguns dos sindicatos dos bombeiros sapadores terminou hoje sem acordo assinado, com as estruturas sindicais a dizerem no fim do encontro que vão analisar a última proposta.
Os cinco sindicatos que apresentaram à secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território uma proposta conjunta estiveram reunidos no edifício sede do Governo, em Lisboa, durante cerca de três horas.
No final do encontro, adiantaram apenas que o Governo não pretende continuar as reuniões e que vão agora estudar a proposta, recusando prestar mais declarações e apontando para uma decisão que será anunciada em comunicado ainda hoje.
Depois da reunião com os cinco sindicatos - Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Frente Comum -, o Governo está agora reunido com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS).
O primeiro-ministro avisou na quinta-feira que o Governo esgotou a sua capacidade negocial com as entidades representativas dos bombeiros sapadores e que avançará unilateralmente sem ter em conta as mais recentes aproximações se o impasse persistir.
À entrada do edifício onde decorrem as reuniões negociais, o presidente do SNBS, Ricardo Cunha, voltou a dizer que se o Governo apresentar a mesma proposta, “não há acordo” e sublinhou que “não há transparência” neste processo negocial.
Ricardo Cunha admitiu ainda que o regresso aos protestos, caso não exista um acordo entre as partes, “está sempre em cima da mesa”.
À porta do edifício sede do Governo estão, desde as 15:00, cerca de três dezenas de bombeiros, vestidos à civil, à espera do fim das reuniões.
Na última reunião, o Governo avançou com uma proposta que não agradou a nenhum dos sindicatos e que passava por aumentos faseados até 2027.
Por exemplo, o Governo propôs que um bombeiro, depois do primeiro ano em período experimental, receba 1.222 euros este ano, 1.175 euros em 2026 e 1.228 euros em 2027.
Neste ponto, os sindicatos querem que os aumentos sejam antecipados para 2026.
O Governo aceitou manter as atuais sete categorias na carreira especial - ao contrário das cinco categorias da anterior proposta - e manter as atuais 35 horas semanais de trabalho - ao contrário das 40 horas propostas em dezembro do ano passado.
O Governo propôs também um suplemento único, ao contrário daquilo que tinha proposto na última reunião, em 03 de dezembro. Este suplemento seria de 20% da remuneração base de cada trabalhador com um aumento faseado - 10% em 2025, 5% em 2026 e 5% em 2027.
No início de dezembro, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluiu petardos, tochas e fumo junto à sede do Governo.