Os “Anjos da Guarda” de Aurélia
Guiados pelos militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), Pedro Guedes, Cristiana Rocha e Tiago Marques, chegámos à Póvoa do Valado, na União de Freguesias (UF) de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, a meio da manhã de uma quinta-feira, como tantas outras para nós, mas que para Aurélia Santos era uma «manhã feliz». «Que Deus vos dê tanta felicidade como a que me estão a dar agora», disse-
-nos, deixando-nos de lágrima no olho.
Para esta centenária - que em maio próximo completa 102 anos e «queria muito sair no jornal para ser famosa» -, a felicidade “mora” do outro lado da porta, sempre que alguém a visita. Volta e meia, lá sai de casa para participar em atividades do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora de Fátima - instituição particular de solidariedade social daquela UF, que também lhe presta Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) - ou, então, para ir à missa. Se bem que, como fez questão de deixar claro, «o padre anterior era [mais] jeitosinho [risos]».
A idade começa a pesar. As forças já não são o que eram. As pernas já não querem colaborar e «eu não quero ser um empecilho para ninguém», sublinhou. A maioria dos seus dias é, pois, passada em casa, na Póvoa do Valado, onde vive sozinha, «com a graça de Deus», há cerca de 20 anos. «A arrumar gavetas, a limpar e a passar a ferro. Não posso ir lá fora, porque posso cair», contou à nossa reportagem, acompanhada por três dos seus “Anjos da Guarda”.
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